Bate papo com um caboclo (24 de maio de 1983)
Comentei, em especial, um bate papo estabelecido com um caboclo, possivelmente analfabeto de pai e mãe. Como havia dito, em se tratando de um homem de pouca escolaridade, por isso mesmo uma pessoa inculta, mesmo com seu linguajar distanciado da gramática e da pronúncia vernacular exata, vi no caipira um espírito arguto e uma criatura de profundo sentido observatório. Dentre outras coisas e além dos motivos por mim revelados, disseram-me outros pensamentos através de sua palestra espontânea e de certa forma previamente sensata. Por exemplo: - Parece que o eleitorado brasileiro não está ainda convenientemente preparado para a abertura política local. Ele ainda vota em barganha, em coronéis, em pessoas que prometem empregos ou vantagens. - O Governo da Revolução está certo. Quem não está certo é o escalão de seus administradores e ajudantes. Estes, ou ocultam do Governo a verdade, ou distorcem os fatos e informam de maneira errônea, porque não é acreditável que o Gove...