O santo protetor dos ciclistas (05 de maio de 1983)
Tem ocasiões que eu chego até a pensar, que o Santo
protetor dos ciclistas, nasceu em Marília, ou é de Marília ou até pode residir
em nossa cidade.
Maninho, o que tem de bicicleta entre nós, que
escapa diariamente, minuto a minuto, de morrer debaixo de caminhão, ônibus e
automóvel, não está escrito em nenhuma lista telefônica!
--+--
Pessoa de São Paulo, lá nascida e criada. Que dirige
seu próprio automóvel na paulicéia, que viaja seguidamente para Santos, Campos
do Jordão, Campinas e outros centros esteve dia destes em nossa cidade.
Ficou encucado com o trânsito em Marília. Disse-me
não entender três pontos:
A cidade é bonita, agradável, de um povo culto, como
provado está pelo número de suas Faculdades e Cursos Superiores.
A sinalização de trânsito é bem feita, bastante
visível, facilmente orientadora, discriminando as proibições e permissões de
tráfego, as mãos de direção e os locais de estacionamentos.
Ante isso, ele não entendeu, como é que os
motoristas marilienses, a maioria deles, age erradamente, atrevidamente,
impunemente.
--+--
Quase “bateu” e igualmente quase foi “batido” por
outros veículos, que trafegaram arbitrariamente e em condições contrárias ao
bom senso, à razão e aos preceitos da Lei.
Seguia pela Avenida, pretendendo descer a Rua
Paraná. Fez a competente sinalização, parando ante o sinal fechado. Um
chevetinho veio quente, desrespeitou o sinal, cruzou-lhe a frente e virou para
direita, causando-lhe enorme susto, pois ele já acelerava o carro para seguir,
vez que o sinal se lhe abria.
Observou que carros estacionam no meio fio, sem
ligar a seta e comprometendo quem vai atrás, que se vê forçado a dar pequena
guinada para ultrapassagem, adentrando com isso o setor de tráfego de mão
correta – como é o caso da Avenida, onde podem trafegar dois veículos na mesma
mão.
Levou sustos com outros veículos, que, estacionados
no meio fio, saem abruptamente para o leito da rua, sem ligar sétas, sem olha
no retrovisor, para perceber que outros carros seguem no mesmo sentido. Com
isto, forçam freadas bruscas, comprometendo quem vem atrás, que poderá bater no
carro atrapalhado de surpresa pela irresponsabilidade daquele que saiu
inesperadamente.
Acalmei-o, informando-lhes que eu me havia
preocupado com comentários sobre o problema, inúmeras vezes, mas sem resultado,
porque, conforme me havia habituado a dizer, eu jamais em minha vida vi um
burro motorista, mas em Marília, todo dia vejo muito motorista burro.
É comezinho, o disposto no Código e o sentido na
prática, que toda conversão (curva ou virada, para os burros e irresponsáveis),
quando é feita para a esquerda, se faz aberta. Aqui é o contrário, com muitos
motoristas, que convergem para a esquerda de modo fechado e que viram para a
direita de maneira aberta, surpreendendo e colocando em polvorosa os motoristas
conscientes.
Nada custa observar essas medidas. Nada custa ligar
as setas de direção. Ajudam bastante. Orientam os motoristas que trafegam em
sentido contrário; esclarecem os que seguem atrás do veículo dirigido por
motorista que sinaliza: avisam e previnem os pedestres e até os irresponsáveis
bicicleteiros.
Bicicleteiros e motoqueiros! Cruz, credo. Santa Maria
(para a maioria deles)!
DNER fez pesquisa e constatou que Macapá, capital do
Amapá, é o local onde se dirige com mais perigo e mais erradamente em todo o
Brasil.
Vai ver que tem motorista de Marília dando bandas
por lá!
Extraído
do Correio de Marília de 05 de maio de 1983
Comentários