Curso de jornalismo (29 de novembro de 1958)
Às vezes, acontece. Numa circunstância qualquer, uma pergunta qualquer, de aparência simples ou inocente, pode embaraçar um indivíduo. Sucedeu conosco tal fato, ainda há poucos dias. Uma pessoa nos parou na rua. Pessoa que embora conhecêssemos de vista, jamais soubemos o nome e onde trabalha, ou quem é a sua família. Enfim, um mariliense comum. Desculpando-se pela interrupção de nossa caminhada, nosso interlocutor fez questão de confessar-se ledor de nossos escritos e nos atirou, “de corpo presente”, uma carroçada de elogios. Pela abundância de adjetivos com que fomos mimoseados, quase chegamos a crer que David Nasser, Assis Chateaubriand e outros “cobras” fossem “café xicrinha” perto de nós. Mas, como dizíamos, as perguntas às vezes embaraçam, mesmo sendo banais. Nosso amigo espontâneo, em dado momento da palestra nos perguntou: “Como você aprendeu a escrever?” Pensando que se tratasse de brincadeira, uma vez que a pergunta nos deixara em situação um tanto esdrúxula, levamos o caso pe...