Retornando... (20 de novembro de 1958)

Bom dia, leitores!

Depois de meio mês de ausência, aqui nos encontramos novamente. Estivemos com nosso jornal fóra de circulação durante o lapso de tempo dispensado durante os trabalhos de mudança de nossa redação e oficinas.

Encontramo-nos agora em novo endereço. Depois de permanência de cinco anos ali na Rua 9 de Julho, junto à “Casa das Novidades”, instalamo-nos agora no prédio n. 500 da Avenida Carlos Gomes.

Nosso jornal deixou de circular durante 15 dias. Meio mês ficamos, contra nossa vontade, sem difundir e divulgar as causas e coisas de Marília, sua corrida louca de progresso, sua vertigem de dinamismo, as ações de sua gente. Nem por isso, entretanto, deixamos de acompanhar o andamento da engrenagem dessa máquina fabulosa que se chama “Marília”. Ao par das atribuições dificílima de mudança de nosso diário, estivemos também observando e presenciando o desenrolar dos acontecimentos gerais. E isso tudo, damos um pequeno resumo dos principais fatos, dos primordiais cometimentos que não tivemos a oportunidade de divulgar em época hábil, pelo fato referido.

Para alguns, pode parecer estranho, que tanto tempo tenha urgido para essas providências. No entanto, aquêles que melhor conhecem fatos ligados aos serviços de imprensa e bem aquêles que têm noção das dificuldades oriundas da desmontagem, transporte, remontagem e regulamentação de máquinas complicadas e pesadas, facilmente desculparão essa interrupção.

Nosso jornal reinicia hoje seu ritmo normal, sua identidade trajetória de atividades em pról dos interêsses de Marília e seu povo.

Durante o período de nossa ausência de circulação, não estivemos parados. Os serviços do transporte de nossas máquinas demandaram sacrifícios insanos, exaustivos. Não foi sopa o transporte de uma impressora cujo peso calcula-se em treze toneladas. Difícil foi também a mudança do linotipo, sua nova instalação, regulagem e acerto. Igualmente o material coadjutor das oficinas, como as mesas, cavaletes, caixas de tipo, mesas de mármore e aço, coleções do jornal, papéis, arquivos, clichês, documentos, material de escritório, etc..

Como tôda a mudança, é difícil o acerto. Uma coisinha aqui, uma diferença ali, um objeto acolá, demandam tempo, tempo que a gente não vê passar.

Agora, tudo normal, tudo legal. Já retornamos às atividades. Já reencetamos nossa caminhada, cujo palmilhar iniciamos há cêrca de 31 anos.

Embora com um trabalho diferente executado durante êstes dias, em que todos os elementos que compõem a família do CORREIO DE MARÍLIA se uniram e trabalharam indistintamente, em serviços diversos de mudança e adaptação, estávamos com saudades de nosso labor normal, de nosso público leitor, amigo e prestigiador.

Animou-nos a confiança demonstrada por milhares de marilienses, que não soube esconder a simpatia pelo nosso jornal, cercando-nos nas vias públicas ou telefonando-nos, manifestando o sentimento saudoso da circulação de nosso matutino.

Essas demonstrações de apreço, nos deram ainda a maior certeza de que conquistamos, mercê de nosso trabalho de 31 anos, a simpatia, o carinho, a confiança e o respeito de nosso bom e laborioso povo mariliense. Tais fatos nos obrigaram naturalmente, a apressar a volta de nosso jornal, a reencontrar a meta primordialmente iniciada pelo nosso saudoso fundador Alfredo Augusto de Araujo e continuada sabiamente pelo nosso atual diretor Raul Roque de Araujo.

E aqui estamos. Se Deus quiser, continuaremos a caminhada em pról dos motivos de divulgação de tudo e de todos os acontecimentos desta cidade que vimos crescer e que com ela crescemos.

Nossos agradecimentos às manifestações de confiança que tão a miude nos chegaram, durante êsse período de interrupção compulsória e justificada. Nossa gratidão, igualmente, a centenas de leitores, assinantes e anunciantes, que, com amigos sinceros, estiveram acompanhando nossos trabalhos de transferência e percebendo de perto a luta de nossa mudança.

Muito obrigado, leitores amigos.

Extraído do Correio de Marília de 20 de novembro de 1958

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