Dia da Imprensa e o Jornalista (11 de setembro de 1973)
Sem pompas, sem destaque
relevante, sem qualquer comemoração condiga entre nós, perdido na sequência
comum de um fim da Semana da Pátria, transcorreu ontem, 10 de setembro (de 1973), a passagem do Dia da Imprensa.
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No ido de 1808, no dia 10 de
setembro, há 165 anos passados, circulava, pela primeira vez no país, um jornal
brasileiro.
Seu nome: “A Gazeta do Rio de
Janeiro”.
A data desse surgimento,
passou a ser oficialmente – perpetuada como a era do nascimento da imprensa
nacional, justificando-se o 10 de setembro como o Dia da Imprensa.
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Em junho daquele mesmo ano,
havia circulado no Brasil, um outro jornal, “O Correio Braziliense”, editado
por Hipólito José Costa. Esse, todavia, não se considerou jornal brasileiro,
porque fôra impresso em Londres.
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Editar um jornal, pequeno ou
grande, em cidade interiorana ou em Capital, representa um poço de sacrifícios
e um idealismo dos mais altaneiros.
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O jornalista autêntico,
nascido com essa nobre e difícil vocação, sabe a incompreensão que a profissão
inspira. Muitas vezes conhece o segredo do cárcere e o encarcera, como um
segredo profissional.
À imprensa e, ao jornalista
em especial, cabe um preponderante papel na defesa dos Direitos Humanos, pois é
com receio de criticas, que muitos prepotentes se contem, deixando de humilhar
seus semelhantes, não ferindo-lhes seus mais lídimos e sagrados direitos.
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O jornalista nascido com esse
idealismo, expõe seus pensamentos com a mais absoluta liberdade. Quando pelos
meios usuais lança mão da veia histriônica. E assim fez do humorismo, um
acicate, com a qual ferroteia o agente que pretende cercar-lhe a liberdade de
pensamentos.
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Na própria França, num
difícil período de sua historia, jornalistas fizeram do humorismo uma poderosa
alavanca, que acabou por romper barreiras, com a qual ferroteia o agente que
pretende cercear e aniquilar os prepotentes.
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É verdade que, especialmente
no pretérito, a sadia imprensa nacional, foi mesclada por elementos
chantagistas, que lhe denegriu alguns aspectos, tornando-a incompreendida.
Hoje tal não acontece.
A imprensa lutadora e
sacrificada, é uma eterna propugnadora dos direitos humanos, da liberdade dos
homens, da razão, do bom senso. Embora não poupe os erros e condene as atitudes
premeditadas ou impensadas de alguns.
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A boa imprensa é um veiculo
de boas ideias, um porta-voz do pensamento e dos anseios de uma coletividade,
um órgão de divulgação, informação de critica, de opiniões.
Sem a boa imprensa, matilhas
de maus cidadãos protegidos pelo manto da “autoridade”, estariam a pisotear a
dignidade dos homens e a desrespeitar seus direitos de criaturas humanas.
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Em minha vida jornalística de
trinta anos de profissão, tenho sempre repudiado o mal. Talvez tenha pecado por
excesso de zelo, mas nunca por omissão, nunca por desmazelo.
Defendo o que julgo certo e
condeno o que considero errado. Tenho as imperfeições, como os outros também as
tem. Mas procuro agir com consciência, porque além de meus julgamentos de
jornalista, existe também a consciência dos leitores, que são parte do próprio
povo.
Esta, é a razão porque sou
profissional de imprensa.
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