Dia da Árvore, hoje (21 de setembro de 1973)
No ido dia 21 de setembro, do
ano de 1872, exatamente há 101 anos, foi comemorado, pela primeira vez, o Dia da
Árvore.
acontecimento teve lugar no
Estado de Nebraska, nos Estados Unidos e aos poucos, a maioria dos países do
mundo, passou a adotar a iniciativa.
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No Brasil, a primeira
comemoração do “Dia da Árvore”, aconteceu na cidade paulista de Araras, em 7 de
julho de 1902, quando ainda não existia oficialmente a fixação de 21 de
setembro, como o Dia da Árvore.
Desde então, os habitantes de
Araras, cultuam com muito carinho as árvores e tornou-se “slogan” tradicional,
em Araras, a expressão de que “em todo quintal, existe pelo menos uma árvore”.
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O Brasil, no entanto, passou
a encarar com mais seriedade a árvore nacional, durante o governo do sr.
Getúlio Vargas, com a preconização da necessidade do reflorestamento geral.
Dali partiu o “slogan” patriótico:
“Reflorestar é combater o deserto”.
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A despeito do sentido
intrínseco e de objetividade da citada frase nacional, os efeitos, entretanto,
acabaram por apresentar-se, no decorrer dos anos, exatamente ao inverno. Dali
para cá, incentivou-se e perpetuou-se mais e mais, a devastidão de nossas
matas.
Várias foram as razões dessa
devastação: surgimento de patrimônio, plantação de cafezais, comércio
madeireiro e formação de pastagens.
E nosso pais, passou a
constituir-se, do possuidor da maior reserva florestal do continente, numa
terça parte territorial completamente despida de sua riqueza florestal.
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O machado destruidor,
incessantemente, dia a dia, desde primeiro de janeiro a 31 de dezembro, ano
após anos, continuou deitando por terra, árvores frondosas, fabricando
desertos, fundindo quilômetros quadrados de terras áridas secas.
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O Estado de São Paulo, não
possui sequer um décimo de sua densidade territorial, dotado de matas virgens.
Os fabricantes de desertos, adentraram o rico Paraná, botando por terra sua
força florestal, acabando inclusive com os ricos coqueirais que ornamentavam
caracteristicamente o solo brasileiro.
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E o machado destruidor pelo
rico Mato Grosso, derrubando e destruindo. E ninguém, preocupando-se em reflorestamento,
pois só agora, de poucos anos para cá, que esse reflorestamento principiou a
atuar, com base de lei especifica e sob a égide de compulsoriedade, mercê de
incentivos fiscais.
As próprias praias belíssimas
e decantadas do nosso norte e nordeste, estão nuas dos impressionantes e lindos
coqueirais, como é o caso do Estado da Bahia.
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Já o machado destruidor
avança para o Pará e para o Amazonas, na sua ânsia e fome voraz de fabricar
desertos. É um prenúncio triste para o Brasil do futuro, o Brasil dos nossos
netos e bisnetos da presente geração.
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Para que esse estado de coisas possa sofrer solução de continuidade e para salvaguardamento da árvore, que é a célula da reserva florestal da nação, o Presidente da República deveria baixar e fazer cumprir, um decreto-lei, mais ou menos assim:
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“Artigo único – Toda a
propriedade rural, em tudo o território nacional, qualquer que seja a sua
dimensão em hectares, é obrigada a apresentar, no mínimo, um terço de sua área
permanentemente reflorestada”.
Extraído do Correio de Marília de 21 de setembro de 1973
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