UMA ESCOLA MONUMENTO (2 de agosto de 1973)



Sala 135, ala sul, da Escola Normal de Brasília.

Lá funcionava a Comissão Administrativa, dos V Jogos Estudantis Brasileiros, sob a direção do professor Francisco Afonso de Castro, com a coadjuvação do mariliense Eudes Coércio e tendo o autor desta coluna como auxiliar administrativo.

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Movimento inusitado, seguido, ininterrupto.

Telefone tocando constantemente. A secretária, Adma Machado, introduzindo coordenadamente na sala, pessoas interessadas em resolver seus “galhos” com a administração do certame poli-esportivo referido.

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Regressava de uma missão junto à Comissão de Finanças, rumo à Administração, quando alguém gritou pelo meu nome.

Olhei para uma sala, local de onde tinha partido a voz. Vi um homem sorridente, acenando-me. Grande, de barbas negras bem tratadas, que de súbito não identifiquei. Ao aproximar-me, pude reconhecê-lo, apesar de há muitos anos sem contacto.

Um mariliense: Otavio de Almeida Lignelli.

Após os abraços, apresentações aos que ali se encontravam, as indagações seguidas sobre Marília, sua gente, seus familiares. Otavinho não conseguia disfarçar a saudade de Marília.

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Otavinho cursa o sexto ano de medicina. Além disso, exerce o difícil e honroso cargo de vice-diretor da citada Escola.

Leva uma vida bastante dura: estuda, clinica num hospital como plantonista-residente e co-dirige o estabelecimento educacional referido, em período noturno. Reside na cidade-satélite de Sobralzinho, há 30 quilômetros de Brasília.

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Dias mais tarde, Otavinho apresentou-me sua esposa dona Vera e exibiu-me as fotos dos dois filhos: Fábio e Eliane.

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Otavinho é um duplo entusiasta: pelo magistério e pela medicina. No próximo ano, deverá desistir da Escola, para dedicar-se somente às ciências médicas, como cirurgião.

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Havia dito eu, anteriormente, que focalizaria em oportuno, a Escola Normal de Brasília, onde Otavinho é vice-diretor.

Não tive dúvidas, na ocasião, em classificar o referido estabelecimento, como “Escola-Monumento”.

Vejam meus leitores, o porque assim afirmei:

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A Escola Normal de Brasília, representa, funcional e arquitetonicamente falando, uma das mais bonitas do Brasil. Numa área total de 18.000 m², tem mais de 11.000 m² construídos.

Contém 237 salas de aulas, onde o curso normal funciona em três turnos, com 1.500 normalistas. Também uma Escola de Aplicacao, com o mesmo número de estudantes e um Jardim da Infância, com cêrca de 500 crianças, das idades compreendidas de 4 a 6 anos.

Possui a ENB, auditório para 1.000 pessoas, com todos os recursos áudio-visuais para a moderna metodologia de ensino. Um circuito interno de TV. Quatro laboratórios de ciências. Um completo laboratório fotográfico. Consultório médico e gabinete dentário modernos.

Também possui 3 bibliotecas, salas de conferências e reuniões e 3 salas de músicas.

A ENB tem 25 jardins internos e 75 instalações sanitárias, onde existem 50 funcionários entre serventes e porteiros e mais 10 funcionários de secretaria.

Tem ainda, um completo restaurante e três cantinas.

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É, ou não, uma Escola-Monumento?

E, tendo essa Escola-Monumento, um mariliense como vice-diretor, não é um grande orgulho aqui p’ra gente?

Extraído do Correio de Marília de 2 de agosto de 1973

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