Legisladores... (6 de fevereiro de 1957)
Clama toda gente, com razão aliás, sobre a insustentável condição de vida que atualmente se nos depara. Efetivamente, a situação econômica da nação, do ponto de vista popular, é das piores que se conhece.
Dizem nossos avós, que nem a famosa crise de 1929 ofereceu ao povo brasileiro tantos motivos de dificuldades e apreensões como agora.
O fenômeno, já se vê, é de aspecto grave e aparentemente insolúvel. De quem (é) a culpa pela caótica situação? Certamente que do próprio Governo. Mas é bom que se distribua a responsabilidade do fato, também ao próprio povo, para má escolha de vários de seus representantes. Se exceções há, honrosas sobretudo, mistér se faz lembrar ao povo de que a maioria de nossos legisladores advogam em causa própria. O parlamentar que “defende” o café, pódem os leitores estar certos de que é um abastado cafeicultor; o que “defende” o gado, é, sem dúvida, o grande pecuarista; o que “defende” o açúcar, é, indiscutivelmente, o poderoso usineiro.
Isto está mais do que provado e não é segredo para ninguém.
Afóra isso, existem os conchavos políticos, os acertos doutrinários, a gana e a vaidade no aparecer como grandes legisladores.
Aqueles que acompanham as atividades parlamentares do país, sabem perfeitamente que um número bem pequeno correspondeu à confiança do eleitorado. Sabem igualmente, dos inúmeros escândalos aprontados por aqueles que gozam de imunidades parlamentares. Conhecem ainda, manobras sórdidas de um grande número, como o malfadado “projeto Santamaria”, o “projeto cadilaque”, etc., além de outras “cositas” que não chegam ao conhecimento do público.
De tudo isso, apenas um proveito póde ser tirado: consertar o erro nas próximas eleições, mandando às favas os políticos profissionais e caçadores de votos.
Nas eleições passadas, ao par de nossa luta por éssa autentica moralização política (se é que podemos usar tal têrmo), muito nos batemos pela eleição de um candidato mariliense.
Não conseguimos o intento, tamanha foi a dispersão de votos do município, milhares deles carreados para nomes estranhos aos interesses da cidade.
Já principiou Marília a receber visitas de políticos de fóra. Certamente, “reconhecendo o terreno”, para o golpe futuro.
Convém, pois, a gente ir pondo “a barba de molho”.
Extraído do Correio de Marília de 06 de fevereiro de 1957
Dizem nossos avós, que nem a famosa crise de 1929 ofereceu ao povo brasileiro tantos motivos de dificuldades e apreensões como agora.
O fenômeno, já se vê, é de aspecto grave e aparentemente insolúvel. De quem (é) a culpa pela caótica situação? Certamente que do próprio Governo. Mas é bom que se distribua a responsabilidade do fato, também ao próprio povo, para má escolha de vários de seus representantes. Se exceções há, honrosas sobretudo, mistér se faz lembrar ao povo de que a maioria de nossos legisladores advogam em causa própria. O parlamentar que “defende” o café, pódem os leitores estar certos de que é um abastado cafeicultor; o que “defende” o gado, é, sem dúvida, o grande pecuarista; o que “defende” o açúcar, é, indiscutivelmente, o poderoso usineiro.
Isto está mais do que provado e não é segredo para ninguém.
Afóra isso, existem os conchavos políticos, os acertos doutrinários, a gana e a vaidade no aparecer como grandes legisladores.
Aqueles que acompanham as atividades parlamentares do país, sabem perfeitamente que um número bem pequeno correspondeu à confiança do eleitorado. Sabem igualmente, dos inúmeros escândalos aprontados por aqueles que gozam de imunidades parlamentares. Conhecem ainda, manobras sórdidas de um grande número, como o malfadado “projeto Santamaria”, o “projeto cadilaque”, etc., além de outras “cositas” que não chegam ao conhecimento do público.
De tudo isso, apenas um proveito póde ser tirado: consertar o erro nas próximas eleições, mandando às favas os políticos profissionais e caçadores de votos.
Nas eleições passadas, ao par de nossa luta por éssa autentica moralização política (se é que podemos usar tal têrmo), muito nos batemos pela eleição de um candidato mariliense.
Não conseguimos o intento, tamanha foi a dispersão de votos do município, milhares deles carreados para nomes estranhos aos interesses da cidade.
Já principiou Marília a receber visitas de políticos de fóra. Certamente, “reconhecendo o terreno”, para o golpe futuro.
Convém, pois, a gente ir pondo “a barba de molho”.
Extraído do Correio de Marília de 06 de fevereiro de 1957
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