Dois assuntos diferentes
Num dia qualquer do ano passado (ou seja, 1974), conheci um rapaz aqui na redação. Jovem com a barba por raspar e o cabelo por cortar, que me fôra apresentado com jornalista, vinculado a um jornal da cidade de Assis.
Na rápida palestra com o mesmo estabelecida, pude perceber um moço dotado de inteligência, de relativa “tarimba”, jornalística e de acendrado amor e vocação profissional.
Senti também nesse colóquio, que o moço necessitava maior campo para expandir-se. Conseguira assimilar isto e cheguei a desvendar a possibilidade de intentos seus, em transferir-se para a imprensa mariliense, relativamente mais ampla do que a assisense.
Dissera-lhe eu, na ocasião, que a diferenciação das lides nas duas cidades, não chegava a apresentar uma diversificação tão distante, porque imprensa interiorana seria sempre imprensa interiorana: pobre, sacrificada, com poucos recursos técnicos e humanos e sem condição de uma remuneração muito condigna, por óbvios motivos. E fui mais adiante, incentivando-o a tentar a imprensa da Capital, onde o campo é mais vasto, mesmo a despeito da grande oferenda de mão de obra.
O nome desse moço é Luiz Marcos Barreiro(*).
Leio agora, no jornal “Voz da Terra”, da cidade de Assis, a notícia de que aquele moço, vem de conquistar a honrosa condição de repórter internacional.
Barreiro, com a “tenra” idade de 22 anos, encontra-se nos Estados Unidos, realizando a cobertura total do ingresso de Pelé no seu novo clube, o Cosmos de New York, como enviado especial de “A Gazeta Esportiva”.
É um belo passo, especialmente no início de uma carreira profissional. Sei-o por experiencia própria.
A designação de uma tarefa jornalística num país estrangeiro, é bem a prova de que o profissional é competente e de todo capaz para a desobrigação de um mister difícil e grande responsabilidade.
Confesso que fiquei bastante satisfeito, pois gosto de
ver a ascenção dos bons e dos capazes.
(*) Correções: o nome de batismo da pessoa a quem o autor se refere é Luiz Marcos Barrero. Profissionalmente, entretanto, ele é conhecido como Marcos Barrero.
Extraído do Correio de Marília de 14 de Junho de 1975
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