A nova sinalização do trânsito (14 de junho de 1983)
Delegado de Trânsito e presidente da Comissão
Municipal de dito Trânsito deu roupagem nova à sinalização oficial em toda a
cidade, especialmente no centro urbano. Motorista que não tenha obtido carteira
por telefone e que tem por obrigação conhecer os sinais oficiais
consubstanciados no Código específico, não tem nenhuma razão para ser infrator.
Basta observar e obedecer a sinalização. Só isso.
Todavia, convém o motorista fazer os sinais
convencionais e compulsórios de conversões. Em palavras outras, ligas as setas
direcionais, para orientar os semelhantes. Nada custa, não quebra osso e
demonstra que no volante de um veículo existe uma criatura consciente e conscientizada,
que respeita a Lei e, sobretudo, detentora daquilo que se chama comezinhamente
“educação”.
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O Fundo Mundial de Vida Selvagem está dando
divulgação a um relatório, informando sobre a realização que discutiu medidas
de proteção às baleias. A convenção, de fundo internacional, realizou-se em
Botsuana – que nem sei onde fica.
A informação dá ciência de que o Brasil se opôs à
adoção de tais medidas (de proteção aos cetáceos).
Se procedente a notícia, vai cair a máscara
brasileira de que nos interessamos pela proteção da Natureza.
A mesma fonte ainda dá conta de que, por ocasião da
convenção levada a efeito em Gland, na Suíça, o Brasil votou favoravelmente
pela continuidade indiscriminada de eliminação das baleias!
Talvez ai esteja a coincidência de que o pantanal
mato-grossense já se transformou num vasto cemitério da nossa fauna.
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Não é porque eu seja de pouca escolaridade e até
meio analfabeto, em comparação com a alta capacidade de manuseio de números e
cifras, como é o caso do Sr. Antônio Delfin Netto. Também não é por inveja,
não.
Acontece que o Ministro Delfin criou para ele mesmo
um enclausuramento de egocêntrica sapiência. Como titular de um Ministério e
como “veterano” de quase todos os demais – exceto os da área militar – pelos
quais já passou ele, deve considerar-se um craque de seleção: seleção de
Ministérios.
Na Inglaterra, na França, nos Estados Unidos, no
Japão e em outras nações desenvolvidas, Delfin Netto tem botado falação técnica
e citado números em profusão. Isso lhe tem dado um ibope fenomenal e o tem
postulado como um dos mais eficientes técnicos de economia de todo o mundo.
Sabido como é, tem falado em números e teorias e
jamais revelado a situação real da dificuldade angustiante do meio de vida da
maioria da população brasileira.
Dia deste, seo Delfin criticou os economistas
brasileiros e os chamou de ‘gaiatos’, quando estes passaram a reclamar
estímulos ao desenvolvimento do mercado interno. Esclareceu, na sua linha
teórica: “O mercado interno tem que vir depois. Se dermos a ele as mesmas condições e benefícios
de que desfrutam as exportações, provocaremos um verdadeiro desastre na balança
de pagamentos”.
Eu não tenho condições de discutir ou contestar. Mas
que ele puxou o umbigo de muitas vovozinhas, isso puxou. Inda bem que eu sou o
obscuro Zé Arnaldo e não sou nenhum Severo Gomes, nenhum Celso Furtado, nenhum
Pastore, nenhum Galvêas, nenhum Hélio Beltrão e nem também nenhum Teotônio
Vilela...
Extraído
do Correio de Marília de 14 de junho de 1983
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