Maus exemplos (30 de outubro de 1974)
A desunião patente, que não
consegue disfarce – mesmo porque sol não se tapa com peneira – e que tem
habitação comum, nas hostes da Arena mariliense, traduz-se num vínculo
extravagante, que vem colidir com a necessidade indesviável da coesão
necessária e imprescindível do Partido majoritário em Marília.
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Muitos de seus membros,
dançando em ritmos diferentes, quando o som da orquestra e um só é mutável.
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Convenha-se de que se não
pode cercear ou impedir, nem mesmo arrestar ou bitolar o pensamento ou a
vontade de quem-quer-que-seja. Mercê de Deus, essa liberdade de agir e entender
é a todos assegurada pela própria Constituição.
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Mas a coerência e a
fidelidade partidária devem ser bandeiras de união, obrigatoriamente imperantes
no seio de um grupo e inerentes dentro de toda a associação. No caso é uma
associação, a diretoria de um partido político, porque associa homens com
obrigações idênticas e atitudes de reciprocidade.
Por esta razão, estranha-se a
incoerência, a infidelidade partidária, o desvinculamento de solidariedade de
ideal, configurados e manifestos, nessa debandada multi-face de propósitos, onde
muitos arenistas tomaram sendas diversas, adotando métodos diferentes.
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Não que se pense em cercear
ou impedir, nem mesmo ojerizar ou repudiar, os candidatos alienígenas, esses
que aqui postulam votos eleitorais.
Todos eles têm esse direito
garantido, conquistado que foi a partir do momento em que o Tribunal Regional
Eleitoral lhes concedeu os respectivos registros como candidatos.
Só não pode, portanto,
combater gentes de outras plagas, que objetivam amealhar votos de marilienses.
Tal proceder seria medida incompatível com o próprio regime democrático, que
lhes assegura ditos direitos.
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Mas, do ponto de vista
daquilo que deveria chamar-se amor à terra, pode e deve-se criticar, os
marilienses que desgarram-se da nau arenista, para trabalhar de corpo e alma
para candidatos de fora.
Isso, pode-se.
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Reside nessa atitude, que
marca um índice dos mais caóticos no diretório municipal da Arena, um mau
exemplo.
Esse mau exemplo, traduzido
no divorciamento das próprias diretrizes da Partido, está configurado e
representado, por muitos dos membros do diretório arenista, que, ã bel prazer,
vestiram o manto da rebeldia partidária, num descaso flagrante à imperiosidade
da coesão doutrinária, empreendendo debanda a uma luta bem nossa, bem mariliense.
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Esse mau exemplo deve ficar
registrado, à guisa de um lembrete, na própria agenda do Partido, para que, em
porvir e em templo hábil, se adotem providências necessárias e inadiáveis,
a-fim de que os debandadores e divorciadores dos próprios princípios básicos da
facção doutrinária, não venham a fazer como fizeram presentemente, “deitando
com arreio”.
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Se Marília não conseguir
eleger seus candidatos próprios, a responsabilidade do insucesso deverá,
obrigatória e moralmente, ter uma bi-debilitação.
Parte do débito será lançado
à conta dos maus eleitores que preteriram o que é nosso, para premiar alienígenas e a parte maior do débito ficará na conta do abjeto passivo dos
arenistas que se desuniram, dando a entender que conveniências terceiras sobrepuseram se aos próprios interesses de uma cidade e de uma coletividade.
Extraído do Correio de Marília de 30 de outubro de 1974
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