E o Mini-Ceasa? (11 de outubro de 1974)


Quando da inauguração oficial do Centro Estadual de Abastecimento S.A. – CEASA de São Paulo, estive participando do acontecimento como enviado especial deste jornal.

Observei, anotei e escrevi posteriormente, não muito a solenidade em si, os discursos, a presença de autoridades estaduais, o banquete, mas muito mais a grandeza da obra e as finalidades de seu funcionamento e fins precípuos.

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Naquela ocasião – e faz isso regular tempo! – rabisquei alguns comentários abordando o assunto e “sonhando” para um porvir distante, o erguimento de núcleos outros análogos, em pontos diversos do interior do Estado.

Esse “sonho” fôra externado por conta própria, eis que ninguém propalara nada a respeito e parece que ninguém na oportunidade chegara a pensar em semelhante aspiração.

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Tempo passando inexorável, místico, misterioso e insoldável.

Anos mais tarde, uma realidade de intenções administrativas do próprio Governo do Estado, vem colidir exatamente com aquilo que parecia um anelo fantasioso e aparentemente impossível – pelo menos na época: a construção de Mini-Ceasa em pontos diversos da hinterlândia.

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Planos já se elaboraram a respeito, com base no atendimento de produtividades de produtos agrícolas, leguminosas, frutas e cereais, inter-regiões.

O órgão competente já se incumbiu da feitura desses estudos e dos levantamentos sócio-tecnológicos regionais.

Por certo, fatores outros deverão ter igualmente feito parte integrante desses estudos e levantamentos, quais sejam as facilidades de transporte, rodoviário e ferroviário, os meios opcionais de conforto citadino e naturalmente a precisão necessária sob o ângulo educacional, do oferecimento completo ou quase completo de meios de educação, com vistas à necessidade dos próprios funcionários ou familiares.

Deverá predominar o aspecto da capacidade de recebimento e facilidades de distribuição de mercadorias, notadamente inter-regiões.

Pelo menos, assim parece.

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Partindo, pois, dessas cogitações e dessas hipóteses, é estranhável o fato de que Marília tenha ficado de fora desses planos de construção de núcleos do Mini-Ceasa no interior.

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Marília representa, além de sede de Região Administrativa do Estado, ponto-chave na própria Alta Paulista. Centro demográfico expressivo, parque industrial dos mais respeitáveis, comércio dos mais sólidos e vibrantes, centro educacional de elevada importância no próprio Estado, posição geográfica privilegiada.

Além disso, inter-ligada às regiões da Alta Noroeste, Estado de Mato Grosso, Alta Sorocabana e Norte do Paraná.

Mas, ao que consta, Marília não consta nesses planos de instalação dos centros referidos.

Um Mini-Ceasa em nossa cidade não só beneficiaria Marília, mas antes de tudo, traria benefícios inumeráveis às cidades, aos agricultores e às próprias lavouras de mais de uma região.

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Para não quebrar-se a monotonia, Marília continuará alijada de mais uma importante concessão administrativa do próprio Governo.

Extraído do Correio de Marília de 11 de outubro de 1974

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