Assuntozinhos oportunos (19 de outubro de 1974)
O Tribunal Regional
Eleitoral do Rio de Janeiro vem de requisitar as gravações de todos os
programas de rádio e televisão dos quais participaram candidatos a cargos
eletivos fora dos horários gratuitos permitidos pela Justiça Eleitoral.
Segundo a informação, o TRE
irá proceder o exame das fitas gravadas e poderá determinar a cassação dos
registros de todos os candidatos que porventura tenham violado as instruções do
Tribunal Superior, fazendo programas de interesse de suas candidaturas
políticas.
A decisão origina-se de uma
denúncia formulada pelo procurador regional eleitoral, Dr. Carlos Rollemberg,
que, mesmo sem ter citado nomes dos possíveis infratores, solicita ao TRE uma
fiscalização bastante rigorosa da lei.
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Já disse alguém que a
televisão torna pessoas mal educadas.
O exemplo citado: quando uma
pessoa visita outra e o aparelho de televisão está ligado, geralmente prende a
atenção e desvia as vistas. Se é o dono da casa que se interessa pela tevê,
este está demonstrando desinteresse pela visita e se é a visita que fixa os
olhos no vídeo, naturalmente está ela desinteressando-se indiretamente pela
pessoa que está visitando.
Entenderam?
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Falando em televisão, falemos
também em rádio.
O sistema técnico da Rádio
Dirceu, por ocasião da transmissão da sessão da Câmara Municipal na última
quinta-feira (17/10/1974), esteve muito falho.
Ou esse serviço ou o circuíto
interno dos microfones.
O microfone da tribuna, que
deveria ser claro e bom tom, esteve com uma tonalidade aquém do normal
desejado, parecendo “muito longe”.
Enquanto isso, microfones das
mesas dos vereadores apresentavam-se muitos deles abertos, ocasionando uma
salada de vozes, comprometendo a clareza da audiência para o público.
Se isso não bastara, alguns
vereadores conversavam normalmente sobre assuntos vários, comprometendo a
audiência normal da voz de quem ocupava a tribuna.
Como pretendia ouvir o desenrolar
da sessão e isso não estava sendo muito possível, telefonei duas vezes para a
edilidade e uma vez para a emissora, nenhuma providência técnica aparente tendo
sido tomada.
Em virtude disso, o público
ouviu coisas que não interessava na ocasião e ficou sabendo de sentimentos
ocultos e de certa forma lamentáveis, do vereador Homero.
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Se a abertura e fechamento do
microfone individual de cada vereador depender desse, este que tome as devidas
cautelas, só o abrindo para falar como vereador em sessão e não como vereador
assistente de reunião.
Se, em contrário, tais
operações dependem de trabalho de terceira pessoa, essa terceira pessoa que
fique atenta, para que a perfeição se consume.
É comum, também, estando um
orador na tribuna, o ouvinte de casa tomar conhecimento de conversas de
elementos da própria mesa, interferindo e prejudicando a audiência da locução
de quem fala em caráter oficial.
Isso vem ocorrendo há tempo.
Não se poderá dar um
jeitinho?
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