Uma xifopagia que não é (24 de setembro de 1974)


Quando se fazem alusões sobre a vida e o dinamismo da vizinha cidade de Bauru, em relação à dimidiações pró Marília, não quer isto significar a existência de quaisquer sentimentos menos louváveis para contra aquele progressista centro.

Em contrapartida, todas e quaisquer referências desse mesmo jaez, relatando fatos e motivos sólidos e comprovados, traduz-se indisfarçavelmente em promoção justa do progresso bauruense.

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Ocorre – especialmente nestes últimos tempos – que por falta, ou ausência de liderança política de Marília – ou por outro qualquer motivo que semelhante valha – vários aspectos do progresso e de reivindicações marilienses, senão pretéritos, tem ficado em “fila” ou dependência da exuberância de Bauru.

Nos casos em tela, nenhuma culpa cabe ao bauruense, mas a verdade é que uma falsa xipofagia, parece unir as duas cidades.

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Recentemente, na Câmara Municipal, o vereador Luiz Homero Zaninoto, deu na Câmara uma clarinada de alerta: Marília continua dependendo de Bauru em tudo ou quase tudo, que se refere à rêde particular de ensino. Mesmo com a implantação em Marília, da Delegacia Regional da XI Divisão Administrativa.

Esse é um dos muitos casos.

Mas existem outros.

Alguns, por coincidência, outros por analogia.

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Outro exemplo:

Desde janeiro último (de 1974), a Viação Aérea São Paulo (VASP) vem servindo Bauru. Recorde-se que, de conformidade com os planos governamentais anunciados pelo Sr. Laudo Natel, Marília, Bauru, Araçatuba e Presidente Prudente, iriam constituir a “cabeça de ponte” dos aviões “Bandeirantes”, na zona compreendida entre as regiões sul-centro-oeste do Estado.

Marília, como sempre e para não alterar a monotonia, continuou e continua ficando de fóra.

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Bauru tem meia dúzia de viadutos interligando vários pontos periféricos da cdade sobre os trilhos da Fepasa. Representam progresso, dinamismo, enriquecimento urbano-arquitetônico da cidade.

Maríia não tem nenhum.

O único que deveria já estar concluído e que, representando intentos do ex-prefeito Barretto Prado, traduzia uma concessão governamental, foi recusado pela Câmara Municipal de nossa cidade.

Agora, vem o “Diário Oficial” do Estado de publicar edital de concorrência pública para a construção da segunda etapa do viaduto da confluência das Avenidas Nações Unidas e Duque de Caxias.

De acordo com o projeto original, o viaduto referido seria construído de um único vão livre – já edificado – e teria suas laterais formadas por grandes aterros, que viriam comprometer a região e comprometer o aspecto urbanístico da Avenida das Nações Unidas.

Quando assumiu a prefeitura bauruense, o Sr. Luiz Edmundo Coube, tratou imediatamente de modificar o plano, tendo sido construída somente a estrutura de concreto armado do vão central para que, em lugar do pretendido aterro, venham a surgir nesta segunda etapa, quatro vãos livres de concreto.

Deu trabalho, houve necessidade de modificação do projeto inicial, mas isso foi conseguido, mercê dos esforços bem bauruenses do prefeito da “cidade sem limites”.

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Prova de que Bauru tem liderança política. Aliás, sempre teve, em homens como Ernesto Monte, Nuno de Assis e Avallone Jr. – no passado – e Alcides Franciscato, Abrahin Dabus e Edmundo Coube – no presente.

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Quinze de novembro aí está.

Irá Marília, mais outra vez, continuar sua condição de órfã política e a manter a xifopagia que não é.

Extraído do Correio de Marília de 24 de setembro de 1974

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