Remodelação do trânsito (12 de setembro de 1974)
Uma estória, que nem é
estória, que nem é fábula, mas que tem certo verniz de filosofia, dá conta:
Um homem cavalga um burrico
por determinada estrada, em viagem de propriedade rural para a cidade. Além do
cavaleiro, o animal carregava sobre o dorso duas grandes bruacas, lotadas de
mantimentos – que deveriam ser vendidos na cidade.
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Um certo trecho do caminho, o
viandante cruzou com duas pessoas. Estas, ao cumprimentarem, observaram o
homem, o animal e a carga. Quando se distranciaram das mesmas, o cavaleiro
ouviu uma dizer a outra:
- Esse sujeito não tem
coração… com tamanho peso sobre o burrico e ele ainda montado… parece que quer
matar o animal…
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Pensando naquilo que ouvira,
o cavaleiro apeou e passou a caminhar a pé, puxando pelas rédeas o burrico.
Mais adiante, voltou a cruzar
cm outras pessoas.
Seguindo o caminho, teve a
oportunidade de ouvir o comentário:
- Esse cara deve ser um
“goiaba”… andando a pé e puxando o burro…
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Alguns metros mais adiante o
homem pensou que deveria descansar o animal e assim nenhuma pessoa mais teria o
que falar. Aliviou o burrico da carga, colocando as bruacas nas costas e caminhou
puxando o animal e aconteceu a repetição do fato, pois ouviu uma delas dizer:
- Esse sujeito deve ser mais
burro do que o próprio burro… andando a pé, ele carregado e o burro sem carga.
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O homem parou um pouco além.
Recarregou o animal e aboletou-se sobre a sela, seguindo caminho, concluindo
que não deveria dar ouvidos a ninguém e fazer aquilo que deveria ser o certo: o
animal carregar as bruacas e o dono.
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Comparação grosseira, mas tem
gente por ai dando palpites sem base, com os trabalhos que estão sendo
realizados na cidade, da remodelação do trânsito urbano local.
Alguns protestando, outros
achando “defeitos”.
Todas essas pessoas estão
prejudicando ou analisando conveniências pessoais.
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O trânsito de Marília estava
muito “bagunçado” e teria um dia que ser devidamente colocado “nos eixos”. Isto
está sendo feito. Não por curiosos, mas sim por técnicos do DETRAN.
Semáforos e placas
indicativas de trânsito são exigências de todas as grandes cidades. Marília não
é vilarejo e teria mesmo que arcar com esse ônus, que significa melhoramento e
progresso.
“Ordem e Progresso” está
escrito na Bandeira do Brasil.
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Os que são contra e que vivem
“metendo o pau” deveriam fazer exatamente o contrário.
Louvar na inovação. Confiar nas
autoridades de trânsito. Saber que os trabalhos estão sendo executados por
tecnicos e não por curiosos.
Perceber que já era tempo de
Marília ter um trânsito organizado.
Porque, pensando bem, o que
desejam, afinal, esses marilienses que são contra tudo o que significa
progresso em nossa cidade?
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