“Alea jacta est” (20 de setembro de 1974)
Menos de dois meses
separam-nos do pleito eleitoral de 15 de novembro vindouro (1974). Nessa data serão levadas a efeito as
eleições para deputados estadual e federal e para senadores da República.
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Não se pode negar a
existência de certa camada de frieza por parte de grande massa do eleitorado
geral. Parece inexistir aquele entusiasmo que cercou a antecedência dos pleitos
passados.
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Tomemos para exemplo, nessa
apreciação superficial, o espírito de ânimo, genericamente falando, na área
mariliense.
No que diz respeito à ala
situacionista, em termos locais, o entusiasmo e a vibração andam com uma
temperatura polar.
Parece a consequência de uma
causa: a falta de melhor hegemonia das próprias forças arenistas, que, desde o
afastamento de Rangel e a morte de Cabrini, começaram a apresentar muitas
fendas no próprio alicerce.
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Se não existe uma prova
consubstancial dessa desarmonia doutrinária intestina, pelo menos transpira a
saciedade, a deserção de uma coesão pacífica entre seus membros.
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Três fatores poderiam ser
apontados como responsáveis por esse enfraquecimento local, esse estado de
ausência de um entrosamento global:
Primeiro, o bandeamento de
diversos arenistas, com solidariedade, trabalho e apoiamento à candidatura
alienígenas.
Segundo, a tentativa de
lançamento da candidatura do advogado Hélio Bambini a deputado estadual, não
vista com bons olhos pela maioria arenista e que chegou a constituir-se em uma
alavanca a mais, para consolidar a desunião doutrinária que já vinha
vigenciando.
Terceiro, as marchas e
contra-marchas na opinião política, quando da insistência do vereador Nasib em
ser candidato e consequente declínio da decisão. A entrada e posterior retirada
de Nasib veio reforçar ainda mais o referido estado de coisas, depauperando por
completo todo o organismo da política arenista local.
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Quando se pensou em Sebastião
Mônaco como medida minervana e solução mediadora, ai as coisas acabaram por
enferrujar ainda mais as ferramentas.
Os arenistas não confessam,
mas os de fora percebem a existência de um ar de insegurança e mesmo de incerteza.
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Todos esses fatores
constituiram elos de uma corrente de delongas e protelamentos e agora os
arenistas que não tem vínculos com candidatos de fora deverão marchar com
Nomura e Mônaco, para as áreas federal e estadual, respectivamente.
“Alea jacta est”. A sorte
está lançada.
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Enquanto isso, continua
crescendo o prestígio desse moço extraordinário que é Oswaldo Doretto
Campanari, que no mesmo os observadores políticos só conseguem ver um único
defeito: o partido oposicionista.
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A vinculação de votos para os
candidatos federal e estadual poderá ocasionar prejuízos a Doretto, mas
beneficiará seu parceiro de chapa, Pacheco Chaves.
Todavia, considerando-se que
o coeficiente de votos para as vagas do MDB é inferior aos necessários para a
eleição de elementos da ARN, existe ai a viabilidade bem positiva do médico
mariliense.
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