A emotividade (03 de setembro de 1974)
Deve ser isso.
Os sofrimentos normais que
recaem sobre a gente, ou a consequência das contendas da própria vida, ou os
percalços da subsistência, ou tudo junto.
O certo é que, a medida que
os anos vão passando, a criatura humana acaba por tornar-se mais sensível, mais
emotiva. Em têrmos banais e à grosso modo, mais “mole”.
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Ou pelo fato de ter desfrutado de amizade e grande afinidade com o ex-mariliense Rangel Pietraróia,
ou pela razão de ter focalizado de há muito e repetidas vezes, a necessidade de
construção de um Bosque Municipal em Marília, o certo é que fiquei comovido e
bastante emocionado, quando da inauguração desse próprio da municipalidade, na
manhã de domingo último (1º./9/1974).
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Por volta de 1952, tendo ido
a Ribeirão Preto, juntamente com Bernardo Carrero, para transmitir uma peleja
de futebol, entre a A. A. São Bento local e o Botafogo F. C. da “Capital do
Café”, visitei, pela primeira vez, o famosíssimo Bosque Municipal daquela
cidade.
Após meu regresso, através
desta mesma coluna (velhinha, heim?), ensejei em motivo de sugestão, a
viabilidade de estudar-se em nossa cidade, a construção também de um Bosque
Municipal.
Depois dessa primeira vez,
esporádicamente, voltei ao mesmo assunto, mesmo sem muita esperança de que tal
idéia pudesse um dia tornar-se realidade entre nós.
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Quando da primeira
administração do ex-prefeito Octávio Barretto Prado, aquele chefe do Executivo
mariliense “botou o dedo” sobre o assunto, discriminando e determinando a área
verde necessária para a construção do Bosque Municipal.
Foram realizados os trabalhos
iniciais e o Bosque foi dado como construído, inclusive oficialmente
inaugurado. A fita de inauguração foi desatada pelo falecido Sr. Raul Roque
Araujo, então diretor-proprietário do “Correio”.
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Mas as providências de
conclusão do mesmo não prosseguiram e o próprio disvirtuou-se em suas
finalidades precipuas, tendo, inclusive, servido para fins completamente
estranhos aos objetivos primordiais do mesmo.
A grande área permaneceu,
durante o final da Administração Barretto Prado, durante a de Armando Biava e
novamente sob a chefia de Barretto Prado, no mais completo abandono e
esquecimento.
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Quando da campanha eleitoral
passada, voltei a reviver o assunto, sugerindo a feitura do Bosque Municipal,
como matéria a constar da plataforma de governo do prefeito que então seria
eleito.
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Pedro Sola, então candidato,
não hesitou em “pegar o pião na unha”, tendo prometido, em praça pública, a
construção do Bosque Municipal. Com o mesmo ponto de vista, fêz côro o então
candidato e hoje vereador Nadyr de Campos.
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E aí está o Bosque Municipal.
Moderno, funcional, racional.
Exemplar mesmo.
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E com o nome augusto de um
cidadão que sempre soube amar e dignificar Marília: Rangel Pietraróia.
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Se não for a velhice, só
poderão ser estas as razões da emotividade que senti, domingo pela manhã,
quando se procedeu oficialmente a inauguração do Bosque Municipal de Marília.
Extraído do Correio de Marília de 03 de setembro de
1974
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