Um conceito que outros não fazem (13 de agosto de 1976)


O passamento inesperado e abrupto do ex-prefeito Octávio Barretto Prado acabou por gerar nas hostes da Arena-2 local um flagrante e grave impasse político.

Impasse político de ordem doméstica, mas que tem seus efeitos irradiados ante boa porcentagem da opinião eleitoral.

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Como sabem todos, Tatá deveria participar do próximo pleito, juntamente com Felipe Elias Miguel. Este como candidato a Prefeito e Octávio Barretto Prado pretendente a vice.

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A presença de Tatá nessa empreitada marcous por circunstâncias poli-laterais, quanto à aprovação e homologação de seu nome.

Apenas uma pessoa teve a suficiente coragem de emitir seu ponto de vista, manifestando-se contrário ao aproveitamento de Tatá ao lado de Felipe.

Nem o próprio Felipe conseguiu fazer perdurar, nesse terreno, uma firmeza de decisão.

É que Felipe preferia Tatá, mas não o confessava publicamente, chegando a afirmar, repetidas vezes que seus companheiros do “staff” arenista é quem deveriam decidir sobre a indicação de seu parceiro de luta.

Por outro lado, dentro da própria facção partidária sabia-se da existência de pensamentos aversos à inclusão de Tatá como vice de Felipe, mas publicamente tais entenderes não transpiravam além de um pequeno círculo interno.

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Felipe transava diariamente com Tatá, mas não admitia pública e oficialmente que se desejo era ter o ex-prefeito como seu companheiro.

O gerente do Expresso de Prata tentava disfarçar esse seu desejo, mas, para os observadores políticos, ele existia, palpável.

Esta coluna mesmo referiu-se ao fato de vezes muitas, com Felipe mantendo-se mais fechado do que um tatu-bóla.

E só na convenção é que Felipe arriscou fazer como o para-quedas, abrindo-se.

E a convenção aprovou o nome de Tatá.

Para os observadores de nossa política nada de novo existiu sob o sol.

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O imprevisto, surgido do falecimento do Sr. Octávio Barretto Prado.

Imprevisto, mesmo, pois além da infaustosidade do acontecimento, criou essa lacuna na dependência da Arena-2.

Lacuna difícil de suprir.

Não por falta de bons valores dentro das próprias hostes da ala “verde-amarela”.

Porque, isso sim, embora neguem-no batendo os pés, somente elementos ex-pessepista, deverá ser incumbido de substituir Tatá nessa campanha, ao lado de Felipe.

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Esta afirmativa por certo tentará ser desmentida.

Tentará, tão apenas, porque, todo mundo sabe o quão sólido é o “companheirismo pessepista”.

Se Felipe escolher ou aceitar junto a sí um nome outro, que não tenha tido simpatias ou quaisquer vínculos do ex-adhemarismo político, podem acreditar que isso será uma autêntica “zebra” de Marília.

Macacos me mordam.

Extraído do Correio de Marília de 13 de agosto de 1976

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