Baixo índice de politização (12 de agosto de 1976)
Aconteceu aqui em Marília.
Certa ocasião, determinado
presidente de nossa Câmara Municipal, dileberou a adocação de uma medida que
não conseguiu alcançar, de súbito, a interpretação devida e a profundidade
necessária de sua real profundidade.
A referida deliberação disse
respeito à proibição pura e simples de que os funcionários da Câmara redigissem
requerimentos, indicações ou outras proposituras de interesses ou em nomes dos
edis.
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De início, o pensamento
baseou-se no intento de desafogamento das atribuições de servidores da Casa,
que, por muitas vezes, tinhan que intererromper suas obrigações burocráticas
normais para “fazer” requerimentos ou indicações de última hora.
Pode ter sido esse o colimado
do presidente de então.
Mas, por outro lado, serviu
qual um termometro para medir a capacidade redacional e inteligência de alguns
edis e acabou por provar que era bem diminuto o número dos vereadores realmente
capazes de redigir um simples requerimento, pedido de informação ou uma mera
indicação.
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Vereadores, alguns, chegaram
a recorrer a particulares para fazer-lhes requerimentos ou proposituras outras.
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Esse fato provou que no campo
da participação de todos nos terreno da legislatura ainda existe muita coisa a
fazer, muita gente a aprender e a politizar.
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Mesmo numa cidade do interior
deveria ser inadimissível que um edil não fosse capaz de redigir um simples
requerimento.
Mas, no entanto, tal
acontece.
Tem vereador, não só aqui,
mas em todo o país, que é incapaz de escrever uma frase de poucas palavras, sem
erro e com sentido assimilativo.
É fato que a Câmara possui
pessoal especializado. Nesse caso, a edilidade, através de seu pessoal
especializado, deveria apenas proceder o enquadramento da essência e do teor do
assunto, inclusive cingindo-o aos moldes do parlamentarismo.
Mas, jamais, esse mesmo
pessoal fazer o trabalho dos edís.
Deve ter sido esse o
pensamento de quem adotou a medida passada, aquí referida.
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Tal fato ocorreu-me ao passar
os olhos sobre as listas que condensam os 90 nomes de pessoas candidatas à
futuro vereança municipal.
Muitos desses nomes, embora
representando pessoas dignas e de respeito, não apresentam as mínimas condições
para o desempenho do cargo, em termos de legislação e mesmo de retórica e até
de diálogo.
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Se se deve considerar como
falho tal setor, essa falha, antes de atribuir-se aos candidatos enquadrados
nessa faixa, deve ser debitada aos próprios partidos políticos, que não se
interessaram e nem se preocuparam com esse comezinho princípio do aprimoramento
politizador.
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Claro que não se iria
pretender que a Câmara Municipal de Marília fosse integrada por gênios e
“Einsteins”. Mas, também, mesclada por quem mal saiba escrever e não saiba
falar, também é demais.
Daí, estar certa a afirmativa
de um dos candidatos à vereança, que não se pejou em afirmar ao jornalista que
ele havia entrado apenas “para atrapalhar”, atendendo a pedido de um candidato
a prefeito.
Vai daí…
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