Estação Rodoviária (28 de junho de 1974)
Não sei se mesma pessoa, ou a
mesma idéia. Se imitação ou coincidência. Se o acaso.
O fato é que escreve-me
determinado leitor, em data recente, fazendo sugestão já apresentada e
divulgada inclusive por outro hebdomadário da cidade.
Sobre o assunto rodoviária.
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A sugestão condensa um ponto
de vista que, embora tenha sua respeitável validade, enfeixa também
impraticabilidade e certa incoerência.
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Nessa opinião, o missivista
“chove no molhado”, achando por bem que a prefeitura fizesse doações de áreas
específicas às empresas de ônibus que servem o município, estas ficariam no
dever de erguer e instalar seus próprios pontos de vendas de passagens,
embarques e desembarques.
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Parece que o “calcanhar de
Aquiles” reside exatamente no fator “terreno”, que a prefeitura não dispõe
adequadamente e assim de chofre.
Óra, se uma municipalidade
não tem um único terreno que se preste exatamente ao fim referido, não seria
uma puerilidade, essa mesma prefeitura vir a doar, não um, masi muitos
terrenos?
Expresso de Prata, Brambilla, Silva, Andorinha, Viação
Marília-Garça, além de outras, são empresas de renomes e de conceitos públicos.
Essas empresas não iriam, em locais diferentes, instalar seus “pontos”.
Isso seria até um
contra-senso, especialmente quando se pensa em termos de progresso e de futuro
para o dinamismo da cidade.
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Em comparação grosseira,
regrederíamos, numa imitação tacanha, embora com os “pontos” melhor instalados
e aparelhados.
Daria para lembrar “o ponto
de jardineira do Bar do Zé”, o “ponto do botéco do Juca”, e assim por diante.
Serviços públicos de
baldeações e conexões sofreria danos.
Talvez seja esse aspecto, um
dos únicos, onde os fatores se invertem: ao contrário da descentralização,
exigem a centralização.
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O assunto, por outro lado,
gerou-me uma outra idéia.
Aqui vai ela:
Um próprio particular,
nascido de coesão de forças, união de propósitos e casamento de interesses
comerciais e públicos.
A constituição de uma
sociedade de capital, de fundo em comandita. Ou uma espécie de sociedade
anônima. Da qual participem, em princípio, o Expresso de Prata, Empresa
Branbilla, Brambilla Turismo, Empresa Silva, Viação Ourinhense, Viação
Andorinha, Viação Marília-Garça, dentre outras, inclusive a Reunidas, que
cogita trânsito por nossa cidade.
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Um terreno de no mínimo uma
quadra de 1.000 x 1.000 metros quadrados. Onde se instalem todas essas
empresas, inclusive com locais previsíveis de expansões e ampliações do número
de companhias e da própria elasticidade de novos coletivos e novas linhas.
Onde sejam instalados butiques,
bazares, barbearias, “shoppings”, drogarias, joalherias, bares, restaurantes e
tudo o mais, numa tentaiva de imitação da movimentadíssima Rodoviária de São
Paulo.
Seria um emprego excelente de
capital. Por outro lado, também uma fonte de renda.
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Aí está um motivo para os
responsáveis por essas empresas rodoviárias referidas, bem como outras não
citadas, estudarem a viabilidade.
Além do significado da
iniciativa de visão particular, a concretização dessa hipótese, viria traduzir
duas indiscutíveis razões de sossego: para o público local e forasteiro e para
as próprias empressas interessadas.
Não seria isso difícil.
Desde que a idéia póssa
merecer intensões e interesses das próprias empresas mencionadas.
Qual tal uma reunião
preliminar, à guisa de estudos da própria tentativa?
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