Deputado leviano e atrevido (11 de junho de 1974)
Wayne Hays, deputado norte-americano,
manifestando-se dia destes, na Comissão de Assuntos Externos da Câmara Alta dos
Estados Unidos, assacou uma abominável leviandade e despudorado atrevimento contra os pracinhas brasileiros.
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Pronunciou-se exatamente em
ocasião em que falava o Secretário de Defesa dos Estados Unidos (cargo
equivalente ao de Ministro de Exército para nós), sr. James Schlesinger.
Em sua diatribe, o deputado
referido, afirmou levianamente, que “o Brasil não póde ser considerado em fiel
aliado, pois as tropas brasileiras nunca se aproximaram a menos de 500 milhas
da frente de batalha da II Grande Guerra Mundial”.
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Além da ofensa e da
leviandade, o deputado Wayne Hays assinou um atestado público de burrice e
ignorância, de ofensa e de atrevimento. Provou que ele é, como outros
existentes em todas as partes do mundo, um mau representante do povo. Atestou
seu despreparo e desconhecimento da própria história, mostrando-se antipático,
mentiroso e ofensivo.
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Deveria saber ele que, dentre
as três Américas, os brasileiros exerceram e provaram ser os mais leais e fiéis
aliados, seguidos dos canadenses. Que a gloriosa Força Expedicionária
Brasileira atuou em combates no front italiano, integrando o IV Corpo do V Exército Aliado, este sob o
comando do grande cabo de guerra, Marechal Mark Clark. Que a FEB foi comandada
por um soldado que representa uma verdadeira glória para o Exército Brasileiro,
o honrado e patriótico Marechal João Baptista Mascarena de Moraes.
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Ignora que o navio-transporte
norte-americano “Gen. W. A. Mann”, partiu do caes do Porto do Rio de Janeiro em
2 de julho de 1944, transportando 5.074 militares do nosso Exército, inclusive
304 oficiais.
Desconhece esse leviano
deputado que todos os fronts de combate, delineados pelo V Exército, à competência
e responsabilidade dos pracinhas brasileiros, foram defendidos com a galhardia
e a coragem de nossos soldados, sem qualquer compromisso ou consequência para
as tropas aliadas.
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Igora os feitos
extraordinários da FEB e seus pracinhas, com as tomadas de Montese, Monte
Castello, Soprassasso, Barga, Montebufone e Seretto.
Não sabe que os soldados da
FEB integraram a “Task Force 45”, sob o comando do General Brigadeiro Paul
Ruthedge. Que os pracinhas tomaram sua primeira responsabilidade de guerra,
substituindo tropas norte-americanas, do II Batalhão do 370º. Regimento de
Infantaria e o 434º. Batalhão de Artilharia Anti-Aérea norte-americanos, numa
extensão de grande responsabilidade, representada pelo distante front
constituído por Massaciuccoli-Filletoe-Vecchiano, no Vale do Sercchio, litoral
do Mar Tirreno, ao fundo dos Appeninos.
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Ignora, por atrevimento ou
más intenções, que os feitos e a participação da FEB na II Grande Guerra
Mundial, é parte integrante dos próprios arquivos do Departamento de Defesa dos
Estados Unidos. Que o Marechal Mark Clark outorgou as medalhas “silver star” a
oficiais e pracinhas do Exército Brasileiro, por atos de bravura. Que o mesmo
cabo-de-guerra louvou, seguidas vezes, a participação do Brasil nos combates, o
mesmo acontecendo com o campeão das democracias, Sir Winston Churchill.
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Ignora, também, o deputado
Wayne Hays, que a participação do Brasil na II Grande Guerra Mundial está
configurada em livro escrito pelo próprio Marechal Mark Clark, que, com a
melhor e maior autoridade, escreveu as operações bélicas do Teatro de Operações
da Europa e a participação dos pracinhas brasileiros.
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Aqui o protesto dos pracinhas
de nossa Pátria ao pronunciamento desse leviano deputado norte-americano!
Extraído do Correio de Marília de 11 de junho de 1974
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