Ainda o deputado Wayne (12 de junho de 1974)
Comentei ontem (11/06/1974), o caso da desfaçatez do deputado
norte-americano Wayne Hays, que num pronunciamento na Comissão de Assuntos
Externos da Câmara dos Deputados daquele país, assacou uma infâmia contra a
gloriosa Força Expedicionária Brasileira.
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O deputado em apreço lembra
certos políticos brasileiros, inclusive locais, que costumam falar em plenário,
sem conhecer o assunto que abordam, cometendo leviandades e injustiças.
Uma prova de despreparo
intelectual e capaz para a desobrigação de uma função elevada e responsável.
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Dia outro, num destes
escritos, comentando sobre minha condição de pracinha, fiz menção à “Task Force
45”, de cujo organismo participei, dentre os poucos soldados brasileiros da
FEB.
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Se eu fôra mal-educado e
chance se me oferecesse, de palestrar pessoalmente com o deputado Wayne Hays,
por certo iria esfregar-lhe nas fuças, documentação que tenho em meu poder,
representada por cópias serografadas, do próprio arquivo do Departamento de
Defesa dos Estados Unidos.
Esses documentos citam a
Força Expedicionária Brasileira, sua contribuição para a vitória final das
Forças Aliadas e referem-se também à FEB, como as tropas militares que maior
número de prisioneiros alemães fez na II Grande Guerra Mundial.
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Organizado, sou um dos poucos
que possui suas próprias “alterações” militares, como elemento da Reserva do
Exército Nacional. “Alteração” militar representa as anotações oficiais do
Exército, com respeito ao serviço militar e a vida do mesmo. As minhas
condensam, “verbum ad verbum”, todos os fatos por mim passados e vividos dentro
da caserna e como integrante efetivo e ativo da II Guerra Mundial.
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Há uns 10 anos passados
pretendi obter alguma prova que atestasse meus serviços prestados à “Task Force
45”.
Escrevi ao Presidente da
República dos Estados Unidos. O então Chefe da nação norte-americana, D.
Eisenhower, despachou o pedido ao Departamento de Defesa, para que o pleiteante
fosse atendido, desde que para tal existissem meios e razões.
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Eu nunca antes tinha visto o
hoje comum “xerox”, que era desconhecido no Brasil. Recebi, com ofício assinado
pelo Secretário de Defesa, quatro cópias xerografadas, do relato existente no
próprio arquivo militar dos Estados Unidos.
O fato do xerox ter sido
extraído de documentos originais e reservados ao Exército representou para mim
um motivo de orgulho dos mais elevados: a confiança que me fizeram merecedor,
pois não seria qualquer exército que iria permitir, como o caso referido, a
extração de cópias autênticas de documentos oficiais de uma nação.
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Esses documentos, de bom
gosto, eu os esfregaria no nariz do leviano e atrevido deputado Wayne Hays.
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Por certo, nosso Corpo
Consular em Washington deverá esclarecer ao mesmo parlamentas os fatos
verdadeiros e inclusive avocar o próprio testemunho das Forças Aliadas, para
que Wayne Hays retifique os termos de seu pronunciamento, que tanto injustiçou um
povo irmão e amigo e que tanto mentiu acêrca dos feitos gloriosos e heróicos,
dos bravos pracinhas brasileiros.
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Em término, a dor dos mesmos
pracinhas, pela morte ocorrida ontem, do grande brasileiro que foio Marechal
Eurico Gaspar Dutra, Ministro da Guerra na ocasião da constituição da Fôrça
Expedicionária Brasileira.
Por coincidência, o
ex-presidente da República morreu na data comemorativa à Batalha de Riachuelo.
Extraído do Correio de Marília de 12 de junho de 1974
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