Verdade. Tem disso aí (07 de maio de 1974)
O assunto que aqui está focalizado quiçá nenhum interesse
venha a trazer a muitos dos leitores.
Todavia, passa a encontrar
uma justificativa para sua inserção. Esse motivo assenta-se naquilo que se
convencionou chamar de “correria dos homens e dos tempos”.
“Correria” decorrente e
exigida pela necessidade do ganha-pão cotidiano.
Nas cidades grandes. Em São
Paulo, principalmente.
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Poucos são os paulistanos que
levam vida sedentária.
Mesmo os que, trabalhando em
escritórios, fábricas e oficinas, inclusive com horário comercial, vivem
correndo.
A metrópole paulistana chega
a ser uma cidade desumana, exigindo de seus habitantes um meio de vida ativo,
incessante, sem pausas, num corre-corre diário e interminável.
É o ônus de trabalhar e viver
numa cidade grande.
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Um de meus filhos reside em
São Paulo. É profissional autônomo, o que vale dizer presta serviços para
várias empresas.
A cidade é grande, muito
grande. O próprio sistema de locomoção é difícil e nem sempre se consegue a localização
fácil de uma pessoa.
Daí, no caso do rapaz, por
vezes encontrando-se num ponto da Capital, precisar ser localizado
imediatamente por uma outra firma para a qual trabalha.
Pensando bem, um caso
difícil.
Suponhamos que o mesmo esteja
no bairro da Lapa e uma firma do centro ou da Penha, ou do Jabaquara, precise
localizá-lo. Ele não deixa roteiro de onde pssa ser encontrado. Nem tem
telefone domiciliar. Nem tem ponto fixo de parada.
Mas o problema foi resolvido.
É localizado onde estiver, a qualquer hora do dia, dentro da vasta área
metropolitana da Capital. Na mesma hora.
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Parece uma coisa impossível,
mas não. Em contrário, uma medida operacional até certo ponto simplicissima.
Uma prova do avanço da
ciência eletrônica de nossa era.
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O garoto conduz consigo,
preso à cinta, um pequeno receptor, locado com contrato, de uma firma comercial
de serviços de rádio-chamada.
Qualquer uma das firmas que
pretenda sua localização, à qualquer hora do dia, comunica-se com a empresa,
através de um dos quatro telefones da mesma. A firma imediatamente faz o
chamado em ondas curtas, não em fonia, mas sim numa espécie de sinal morse, que
o aparelho portátil acusa com insistência.
A pessoa chamada dirige-se ao
telefone mais próximo para saber quem deseja falar com ela. De lá, a firma
orienta que tal pessoa de tal endereço, de tal local, reclama sua presença, ou
seu contato. E isso é feito.
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Trata-se, evidentemente, de
um sistema eficientíssimo de comunicação.
Se não fôra isso, difícil
seria a sua localização de imediato, numa cidade tão grande como São Paulo.
Um serviço utilíssimo,
rápido, prático e eficiente e que dá uma tranquilidade ímpar, tanto ao seu
utilizador, como às pessoas ou firmas que dependam do mesmo.
Achei muito bacana o sistema.
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Para curiosidade, transcrevo
a seguir o cartão que o garoto entrega às firmas ou pessoas que podem depender
do mesmo ou necessitar em horários não previstos ou não marcados, sua presença
imediata, ou seu contacto urgente:
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“Urgente: em caso de
necessidade urgente, poderei ser localizado de imediato, em qualquer lugar que
me encontrar, na área metropolitana, através de meu receptor de bolso do
Serviço de Rádio-Chamada “Ondaforne”. Para isto, queira ligar para os telefones
(cita os números), deixando recado pelo código de meu receptor, cujo número é
(citado). Em seguida, o nome do rapaz”.
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Um serviço perfeito, cuja
eficiência eu próprio constatei dia outro.
As firmas que o mesmo serve
ficam tranquilas e o chamam no momento necessário e o mesmo anda de “cuca
fresca”, sabendo que será chamado e localizado, esteja onde estiver.
Muito bacana, mesmo.
Extraído do Correio de Marília de 07 de maio de 1974
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