Vamos eleger um mariliense (08 de maio de 1974)



Nunca é demasiado reprisar um dos assuntos, bater na mesma tecla, insistir numa questão, quando tais cometimentos digam respeito direto aos nossos interesses, aos interesses de Marília.

É porisso que mais uma vez aqui estamos comentando um mesmo assunto: a tese das próximas eleições. Para que o nosso povo se alerte e não incorra nos erros pretéritos, elegendo demagogos e caçadores de votos, que, nos Parlamentos, jamais levantaram suas vozes, na defesa das causas de Marília.

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Ministremos a esses politiqueros uma lição em regra, elegendo gente de nossa cidade, para que, de fato, possamos estar bem representados, para que, realmente, possamos contar com alguém que tenha obrigações de interessar-se por Marília, a eterna esquecida dos poderes públicos.

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O povo mariliense deve e tem obrigação de votar nos candidatos de Marília, deixando de lado todo e qualquer particarismo.

Os marilienses devem enviar à Assembléia Legislativa um homem da cidade, uma pessoa nossa, conhecedora de nossos problemas, nossas necessidades, nossos direitos.

Quem lê o matutino “Diário de São Paulo” deve ter visto, de há muito, na secção “O Interior e a Assembléia”, que o nome de Marília é desconhecido, que por Marília não se tomam providências, que, por Marília, ninguém trabalha, diretamente, naquela Casa.

Cidades de importância menor do que a nossa têm vozes condignas e laboriosas alí dentro, sendo sempre lembradas, sempre citadas, sempre exemplificadas e constantemente reivindicando direitos, fatos e melhoramentos.

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De quem a culpa? Só pode ser nossa, que, de boa fé, depositamos os nossos votos em favor de estranhos em benefício desses “doutores promessas” caçadores de votos, que, com suas fantasias de “amigos de Marília”, com suas naturais e preparadas qualidades dotilóquias, só nos têm ludibriado.

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Ainda é tempo de aprendermos, de repararmos o erro, elegendo um homem de Marília para a Assembléia. Um, dos ou mais porque, como dissemos em um de nossos últimos editoriais, aquí, mercê de Deus, temos, suficientemente, pessoas capacitadas e de todo credenciadas.

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Só assim poderemos ter alguém que nos represente legitimamente, para evitar a continuidade de injustiças por nós sofridas, com o permanente e eterno esquecimento em que Marília têm vivido.

Vamos, pois, eleger para deputado estadual um homem de Marília. Existe tempo de sobra para isso, para reparar um erro anteriormente cometido.

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PS – Este artigo foi publicado, nesta mesma secção, na edição do “Correio” número 6871, sexta-feira, dia 30 de abril de 1954. Há vinte anos, portanto.

Prova de uma campanha antiga, de um idealismo sadio e bem mariliense. Prova, também, da oportunidade da época presente, em que a Arena mariliense continua, nesse particular, dormindo no bêrço da pusilanimidade.

Extraído do Correio de Marília de 08 de maio de 1974

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