Não parece, mas é assunto sério (15 de maio de 1974)
Não há muito, o Banco do Estado de São Paulo S.A., absorveu
o patrimônio total do antigo Banco de São Paulo S.A.
Na ocasião da transação
referida a agência local do “Emissor” havia transferido suas instalações
provisoriamente do prédio próprio existente na confluência da Sampaio Vidal com
a 9 de Julho, para fins de reforma de seu edifício, um dos mais antigos de
Marília.
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Com a passagem do “Emissor”
para o Banespa as obras de reforma do prédio daquele ficaram paralizadas.
Agora, decidiu a alta direção
do Banco do Estado de São Paulo colocar à venda o referido edifício, localizado
estrategicamente em ponto central de Marília.
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Trata-se de um prédio de dois
pavimentos, construção antiga, porém sólida, com uma área construída de 275,50
metros quadrados (174 na parte térrea e 131 metros quadrados no pavimento
superior).
A construção apresenta 15
metros de frente, para a Avenida Sampaio Vidal e 18 metros para a Rua 9 de
Julho.
O edital de venda prevê o
preço mínimo de Cr$ 585 mil para pagamento à vista, sendo certo de que a
administração acolherá para estudos propostas para pagamento à prazo.
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A publicação da venda desse
imóvel veio trazer-me uma preocupação bem mariliense.
Explico:
Não a transação propriamente
dita.
Meu receio é que algum
capitalista local venha a adquirir o referido imóvel para ordenar sua
demolição, fazendo surgir ali mais um estacionamento para veículos.
Isso seria uma barbaridade.
O progresso centro-urbano de
Marília, no que se refere ao dinamismo arquitetônico, está estacionado, em
virtude dos incontáveis “estacionamentos” centrais.
Não interpretem-me contrário
ao referido comércio, que é legal e que tem seu lado bom. Mas a demolição de
edifício centrais para em seu lugar surgirem estacionamentos de veículos está
representando atrazo e entrave no progresso arquitetônico da cidade.
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Se isto vier a acontecer,
Marília perderia a oportunidade, ou de construir no local mais um gigantesco
“arranha-céu”, ou, no mínimo, a chance de adaptação do edifício, para alí
funcionar ou um outro estabelecimento bancário, ou, então uma empresa comercial
de gabarito e expressão.
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A propósito, a Câmara
Municipal de Marília deveria “bolar” uma lei proibindo em área discriminativa central a instalação
de novos estacionamentos de veículos.
A edilidade estaria dando
margem ao progresso centro-arquitetônico da cidade, numa tentativa de imitar
Araçatuba, Rio Preto e Bauru, que, nesse particular de edifícios centrais,
deixaram Marília lá atraz e num
“poeirão” dos diabos.
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Já imaginaram o aspecto que
teria aquele trecho do coração mariliense, com um estacionamento numa esquina e
outro defronte, no mesmo cruzamento?
Uma barbaridade!
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