Dois assuntos (23 de maio de 1974)
Vou tratar aqui de dois
assuntos.
Um sério. Outro não.
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O primeiro:
O primeiro é um protesto.
Mais detalhadamente, meu protesto.
Estou protestando pelo fato
de Gerson e Pelé irem à Alemanha, como comentaristas de futebol, nos jogos da
Cópa do Mundo.
Eles não são jornalistas e
como tal não podem exercer essas funções, impedidos que estão, pelo disposto na
Lei n º. 5.696, de 24 de agosto de 1971, que regula e regulamenta a honrosa
profissão de jornalista.
Não sendo os mesmos jornalistas
profissionais, não podem executar a missão de comentaristas ou críticos
esportivos.
Fazendo-o, estarão incorrendo
em delito, que estabelece pena de prisão simples, de 15 dias a 3 meses,
conforme preceitua o artigo 47, do Decreto-Lei n º. 3.668/41 (Lei de
Contravenções Penais).
Protesto!
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O segundo:
Uma espécie de sátira,
“bolada” por um mariliense funcionário público, referente aos horóscopos. O
título, “Horoscópo”.
Vejamos o referido escrito:
O homem de SAGISTÁRIO, desde
adolescente, era um “vidrado” em horóscopo, tanto que era fã incondicional de
Omar Cardoso, ao qual já havia escrito mais de 200 cartas, na esperança de que
com isto ocorresse um misterioso sinal, para mudar (para melhor) sua difícil
vida. Acontecia algo inusitado ou inesperado e pronto: “lascava” mais uma
carta, tomava toda a série de drogas indicadas, pelo fato de adorar o homem que
solucionava problemas e que mais tem acertado na “loteca”.
Mais tarde, homem feito, veio
a fase do namoro, com esta a do noivado e finalmente o casamento, fato que
mereceu mais uma carta para o “bidú”. Mas o homem de SAGITÁRIO acabou casando.
Acontece que nem ele e nem o Omar puderam prever e sua mulher era de outro
signo, não era VIRGEM.
Percebendo isso, nova carta
foi remetida e na resposta, condensava-se o motivo de consolação:
Muitos casais, entre um
SAGITÁRIO e uma VIRGEM tem vivido bem, tendo ocorrido fato de até terem nascido
GEMEOS, que passaram a residir em São Paulo, sob o Trópico de CAPRICORNIO.
Mas acontece que, dalí para a
frente, a mulher passou a “bagunçar o corêto”, saindo com qualquer homem que
aparecesse e para não perder a forma, tomava banhos de beleza e fazia regime
alimentar, para fugir à BALANÇA. Os amigos do sagitário, comentavam às ocultas,
que o mesmo tinha um “chifre” que parecia um TOURO, mas que era um verdadeiro
CARNEIRO. Uma situação que nem o grande Omar dava jeito.
Tudo tinha que ter um fim e
um dia o sagitário, tomado da coragem de um LEÃO, entrando em casa, ao ver a
esposa de maneira como não pretendia, deu-lhe um AQUÁRIO na cabeça, tendo os
PEIXES voado longe (primeira vez que peixe de aquário voou). Logo foi preso em
flagrante, condenado, tento morrido de CANCÊR no dedo do pé, provocado por uma
picada de ESCORPIÃO, uma vez que a prisão situava-se à beira mar e era muito
imunda.
Hoje, em sua sepultura, uma
lápide simples, contém um simples epitáfio:
“Horóscopo, ninguém sabe Omar
que fêz”.
Extraído do Correio de Marília de 23 de maio de 1974
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