Faca sem cabo e sem lâmina (24 de abril de 1974)
Não existe, mesmo, uma faca
sem cabo e sem lâmina.
Como igualmente se não póde
admitir a existência de um guarda-chuva sem cabo, sem pano e sem varêtas.
Nem um colete com mangas.
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As expressões acima servem
para afirmar, em têrmos de ironização, a existência de um fato que por sua
própria natureza deveria ser concreto.
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Aproximamo-nos já do final do
quarto mês do ano.
Em novembro próximo teremos a
realização das eleições para a deputação estadual e federal.
Mas até agora Inês é morta.
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Em se falando sobre a
circunstância de coesão de unidade política em Marília não se pode configurar a
hernenêutica necessária e reclamada com insistência pelos próprios interesses
do município e dos municípes.
Nesse particular, nós,
marilienses, sabemos que de fato existe a faca sem cabo e sem lâmina. E o
guarda-chuva sem cabo, sem pano e sem vâretas. E o colête sem mangas.
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Meu amigo Sebastião Mônaco,
detentor de um caráter de honestidade e de personalidade inatacável como
cidadão, não foi até aqui capaz de bem movimentar os cordéis que definem,
dirigem e orientam a harmonia das forças políticas arenistas da cidade.
Em que pese seu alto gabarito,
sua lhaneza de trato, fina educação e alta competência, Mônaco ainda
encontra-se tal qual o domador sobre a séla, sem muita confiança na doma
completa da própria montaria.
Prova isso as quizilhas
política-doutrinárias de que todos conhecem de sobejo.
Parece existir um certo
desalento ou quiçá até interesse pálido nas hostes internas do próprio partido
situacionista, fazendo perdurar, até o momente presente a situação do
chove-mas-não-molha.
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Por outro lado, parece
vingar, à par de um vaidosismo indisfarçado de alguns, uma espécie de não
aderência ao presidente arenista, vez que, apesar de sua diplomacia e maneiras,
Mônaco não foi capaz de fazer-se cercado por uma unidade de total das próprias
forças políticas do partido que preside.
Não se póde afirmar a
existência de unilaterarismo no diretório local da Arena, pois isso seria de
arrepiar a verdade dos fatos.
Está faltando melhor coesão,
melhor uniformidade de compreensão, em termos de armonização completa e total.
Embora alguns políticos a isso se propornham negar.
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Urge a localização do
denominador comum, o encontro de uma
fórmula suassória com todos os arenistas falando a mesma língua.
Para o próprio bem do
partido. Para que sejam devidamente consultados os interesses da cidade. Para
que venha a ser conjurada a situação vexatória da antiga orfandade de Marília
junto ao Palácio 9 de Julho.
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Há, no caso, uma grande dose
de responsabilidade que no final acabará sendo repartida, em proporções
equênimes, entre os próprios delegados arenistas.
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É chegada a hora dessa união
partidária, porque a sua efetivação atende, antes dos próprios políticos, os
legítimos interesses marilienses.
Só após isso as forças
políticas poderão localizar, identificar, apontar e solicitar aos bons
marilienses, que estes venham igualmente a formar correlatamente com eles,
elegendo o futuro deputado estadual mariliense.
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