80 kilometros? Pois sim… (23 de março de 1977)



Porta voz do Presidente Geisel já advertiu:

A medida de depósito compulsório de dois cruzeiros na compra de cada litro de gasolina poderá ser implantada, caso não se configure, em definitivo, a colaboração de todos e não se configure, em definitivo, a colaboração de todos e não se verifiquem os efeitos cogitados na faixa de economia do combustível.

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Isto vale dizer que está ainda em pendência a idéia inicial do anunciado depósito, cuja desobrigação posterior ocasionou euforia geral entre os brasileiros.

Todavia, percebe-se que havendo maior compreensão ao apelo governamental e consolidando-se o maior índice de economia de consumo de gasolina, ficaremos livres desse depósito resituível.

Como dos males o menor, por certo a situação assim ainda é preferível ao racionamento. Especialmente para aqueles que recordam ainda dos efeitos desse espectro, por todos experimentado e sofrido, quando da última Grande Guerra Mundial.

Então, tudo bem.

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Mas há outro detalhe a ser enfocado.

É o limite dos 80 quilômetros horários.

Existe uma porcentagem bastante grande de motoristas particulares ou não, que não cumprem essa exigência.

Uma prova é o volume de multas por infração de trânsito, nesse particular.

Outra são os próprios viajantes ou pessoas que residem em proximidades de rodovias.

Tem turma correndo pra valer sem dar a mínima pelota a esse limite oficial e obrigatório.

É só ver, querendo.

Citamos, por exemplo, rodovias aqui das adjacências de Marília. Não há respeito nesse particular. A turma corre mesmo pra valer.

É só conhecer o percurso, saber ou “desconfiar” que não está havendo fiscalização e pronto. É “chulé na tábua” mesmo.

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Se dois policiais rodoviários decidirem fazer uma prova, eles vão “pescar” mais infratores do que o próprio radar.

É fácil.

É só os mesmos descobrirem-se e viajarem num carro placa particular. Em marcha moderada e que não atinja os 80 quilômetros. Verão, então, por quantos e quantos veículos serão “podados”. Isto vai provar que os “podadores” estão “largando” mais de 100 quilômetros.

E tem mais.

Esses mesmos dois policiais terão que fazer peripécias e transgredir a lei “metendo o pé na tábua”, para não serem esmagados por pesados caminhões em banguela, que são os brutamontes do asfalto.

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Quem respeita o limite de velocidade anda com o coração na mão, pois os brutamontes do asfalto “empurram” e ameaçam passar por cima dos pequenos e obedientes veículos.

Fiscalização precisa ficar de olho nesses brutamontes que banguelam e chegam a “pegar” 140 quilômetros, comprometendo as vidas de veículos pequenos que obedecem a lei e que circulam em suas frentes.

Dá medo, sô!

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E como ilustração a parte existem motoqueiros, muitas vezes duas pessoas juntas, que correm de 180 para cima.

Eles, os motoqueiros, por usarem máquinas econômicas, estão à margem da lei limitadora da velocidade?

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80 quilômetros? Pois sim…

Extraído do Correio de Marília de 23 de março de 1977

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