Só dando com um gato morto… (03 de fevereiro de 1977)
Os inconformados os que se
habituaram a ganhar fácil, seja de qual jeito for, os maus brasileiros, estes
murmuram, por aí, cobras e lagartos acerca da situação atual do Brasil.
Pintam quadros dos mais
negros e abjetos.
E, além de tudo, justificam a
“alta” do preço da gasolina.
Alta que não houve.
Mas que eles contam como
favas certas, que o preço de cada litro de gasolina é de sete cruzeiros.
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Não iremos afirmar que a vida
está fácil para todo mundo. Que as coisas se adquirem por preços irrisórios.
Seria insensatez.
Mas, ufanemo-nos, por viver
no Brasil. Isso, sim.
Isto aqui ainda é o melhor
lugar do mundo para se viver e morrer tranquilo.
Quem duvidar, que saia do
país. Ou, então, que pergunte aos que conhecem plagas outras.
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País cosmopolita, que acolhe
em seu seio gentes de origens diversas. Que a todos oferece oportunidades e
chances de viver comodamente, na mais absoluta e ampla liberdade, quase sem
restrições com as faculdades conferidas aos nacionais.
Nação que desde 1964 tem um
governo duro, porém humano. Incisivo, porém justo.
Nação que surpreendeu os
estudiosos, técnicos e sociólogos de todo o mundo, face seu vertiginoso
crescimento, sua expansão ascensorial, seu avanço tecnológico em todos os
sentidos.
E que, por circunstâncias do
ônus desse crescimento vertiginoso, acabou por submergir numa autêntica crise,
originária do grande consumo de petróleo e seus derivados.
E que obrigou o governo a
tomar medidas consideradas drásticas, mas que, em verdade, são de certa forma
amenas e que tentam evitar o fantasma do racionamento.
Gerações de hoje, nem todas,
lembram das filas intermináveis geradas pela necessidade imperiosa do
racionamento de antanho. Para o pão, para açúcar, para o sal de cozinha até.
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Se tais medidas que tanto se
reclama hoje, tivessem sido adotadas por volta de 1971, a situação estaria hoje
bem mais comoda nesse particular.
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Mas os inconformados, os
eternos descontentes, os maus patriotas, os maus brasileiros, estes continuam a
desgastar a honorabilidade da dignidade dos bons e bem intencionados patrícios,
daqueles que pretendem acertar, pretendem encontrar caminhos certos, para
soluções difíceis.
E por isso, bafejam,
murmuram, chegando até ao gesto covarde de falar mal dos próprios governos.
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E com isso estão botando as
manguinhas de fora dois curiosos tipos:
Um, o amante de doutrinas
exóticas, que tenta se aproveitar da situação, para forçar nas mentes incautas,
a idéia de que a doutrina da cortina de ferro será a indicada, porque, assim,
os Montolar e os Maldonados irão perder as suas propriedades, ganhas com o suor
e o resultado de trabalhos de várias décadas, em pról e favor de vagabundos que
nada de útil sabem fazer.
Outro, o que vê tudo negro,
com o governo ruim, com pessimismo, com a gasolina “a 7 cruzeiros”, com o
Brasil à beira do cáos moral e econômico.
Existem em Marília tipos que tais.
Só dando com um gato morto
nas costas desses tipos, até o gato miar…
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