Matemática elementar (14 de dezembro de 1973)
O protelamento, a delonga e o
adiamento, regra geral, terminam quase sempre, no casamento inevitável, com a
pressa e a improvisação.
O nacional, além de primar e
aprimorar a impontualidade, tem por vício lançar a bola para a frente, sem
preocupar-se com a passagem do tempo e dos dias.
Quando percebe, então, que está
fumando o fumo forte, enrolado em palha verde, sai da jogada, fazendo o mais
cômodo do momento: simplesmente descalça a bota.
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O cigarro de fumo forte,
enrolado em palha verde, já passou do meio para o fim. Começa a tontear e
amargar, acumulando o sarro e juntando a saliva nauseabunda na boca.
Mas o comodismo, a modorra, a
pusilanimidade, a falta da iniciativa, a ausência de liderança e hegemonia,
continuam imperando, sobrepondo-se ao amargor do cigarro. E então, vai-se
fumando assim mesmo. Até quando não mais jeito houver.
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A tiririca da política
caça-votos está crescendo.
Lambe-solas de gente exótica
estão agindo.
Se apologia se não faz, pelo
menos nada se oculta do que se deveria fazer e não vem sendo feito. Ainda está
valendo a bandeira velha e desbotada, do deixa ficar como está, para ver como
fica.
Na política local, sim.
Melhor dizendo, na faixa
relacionada com a necessidade de coesão de forças, para a indicação,
homologação e lançamento de um candidato único à deputação estadual.
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Há uma espécie de masoquismo
político entre os marilienses. Um hábito que já calejou e confirmou. Que, de
certa forma, atesta até uma boa dose de desinteresse pelas coisas e causas da
cidade, tradicionalmente resignada com sua orfandade política na Assembléia
Legislativa.
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Não é necessário ter o falso
dom de uma “buena dicha”, para saber-se de que, Marília, participando com mais
de um candidato ao Palácio 9 de Julho, acabará por não eleger nenhum.
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A matemática é meramente
elementar.
Tão fácil como o comer um
prato de arroz-com-feijão.
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Em números redondos,
convenhamos que o coeficiente eleitoral de Marília é de 40.000 eleitores.
Desses 40.000, poderão
comparecer às urnas, no máximo, 30.000.
Vamos calcular:
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Com otimismo, suponhamos que
50% do eleitorado, vote em candidatos locais. 50% de 30.000 é 15.000.
Esses quinze mil votos,
distribuidos entre mais de um elemento, vale dizer que diminuirá a votação “per
capita”.
Dos 30 mil votantes, dez por
cento normalmente representa votos nulos e em branco. São menos de 3.000 dos
30.000.
Sem dúvida alguma, os outros
12.000 votos, representarão 40% da votação global da cidade. Estes serão
bondosamente distribuidos entre os Dualibis, Pinheiros, Agnaldos, Dabus, etc. e
tal.
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O candidato mariliense que
não conseguir 25.000 votos, não terá sua eleição garantida.
Eu não acredito que com mais
de um, algum deles consiga essa cifra.
Tomara que esteja equivocado.
Tomara.
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