Cavalo pastador, cabresto curto (18 de dezembro de 1973)
É verdade.
Para cavalo pastador,
cabresto curto.
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Por falta de melhor
assimilação, talvez. Ou por excesso de personalismo, quiçá. Ou por vaidosismo.
Ou por prestenção. Ou por conveniências próprias. Ou por convencimento.
O certo é que algumas
diretrizes políticas, da própria política norteada pelo zênite discriminativo e
objetivo da Revolução de 64, estão arrepiando e provocando o divorciamento
dessas mesmas normas.
Nesta comparação, não há o
dedo da subvenção de interesses exóticos, mas sim uma consequência outra,
tentando transformar em bagunça e descrédito, os princípios sadios do próprio
espírito revolucionário.
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A desarmonia política atual,
vem encetando uma caminhada não condizente com seus intentos e alvos. Se não
constata, a necessári coesão doutrinária que deveria existir. Em contrário, há
mais um fraccionamento flagrante de pontos de vista e rumos em colimação a
seguir.
Esse fato, traduz a
inexistência de um pulso firme e a ausência de timão diretor perfeitamente
ajustado, à cujo derredor venham a cingir-se, uma e indistintamente, os membros
partidarios.
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Em Marília, por exemplo, esse
fenomeno tem lugar, esse estado de coisas existe. Há quem o negue ou quem
procure negá-lo.
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Paradoxalmente, no ido tempo
do PSP, PSD, PTB, PTN, UDN, PRP e tantos outros partidos políticos, as
contendas partidárias tinham um volume mais acenturado, porém mais claro e
palpável.
Hoje, com apenas duas facções
doutrinárias, subdivididas eleitoralmente em duas, no máximo três legendas, a
confusão tem mais raizes. Os desentendimentos são mais congênitos. Os sintomas
são mais reais. A auto-personalização mais intensificada.
Há mais imprudência, há mais
individualismo, há mais defesa de interesses de estômado e mais desentendimento
entre as hostes políticas.
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Isso vale dizer, o clima de
desarmonia, por esses e outros fatores, chega a minar o dique da coerência e
até da fidelidade partidária.
Em alguns casos verifica-se
nos meios da política atual, a sistemática da terra dos lagartos: o mais sagaz
tenta comer a cauda dos mais lerdos e mais tolos, dos menos avisados.
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Para o cidadão comum essas
observações inexistentem, ou são ignoradas.
E, aí, entao, vem residir a
consequência do mal: exatamente onde é urgente, é reclamado, é clamado, é
chamado, que é Marilia.
Marília em todos os seus
termos.
Em todos os ângulos, sob
todos os prismas, em todas as condições.
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Se, em contrário à essa
desarmonia perfeitamente latente e articulada, figurasse como denominador
comum, tudo em têrmos de Marília, por certo as forças políticas e doutrinárias
da cidade, teriam já (sempre em termos de Marília), logrado encontrar a fórmula
da apresentação, indicação, homologação, trabalho e indicação de um candidato
único à deputação estadual por nossa cidade.
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Há cavalos pastando longe,
porque os cabos do cabresto são compridos.
Para cavalo pastador,
cabresto curto.
Extraído do Correio de Marília de 18 de dezembro de
1973
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