Uma psicose diferente (25 de novembro de 1973)



Podem crer.

O absurdo também acontece.

Assim como o incrível, o extraordinário, o inusitado, o fantástico, o desnexo.

Em Marília está existindo uma espécie de psicose.

Uma psicose diferente.

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De um lado, revela o prestigio, o valor e a personalidade de um cidadão mariliense. Por sinal, respeitado e estimado.

De outra parte, patenteia a existência dessa autêntica epidemia, um inconformismo em alto grau, essa dita psicose.

Crônica, aparentemente incurável, mesmo sem apresentar qualquer risco de alastramento. Nem de contaminação. Sentou praça, fixou morada, dentre um pequeno grupo.

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Esse pequeno grupo, situa-se entre os marilienses que, no último pleito municipal, estiveram formados ao lado do ilustre engenheiro Armando Biava.

Biava disputou ponderada e democraticamente as eleições. Não saiu vencedor, mas nem por isso sua pessoa apresentou qualquer metamorfose moral ou pessoal. Demonstrou a altivez de sua personalidade, na disputa propriamente dita. Soube perder, sem atirar pedras no adversário. E à ninguém responsabilizou pela não vitória. Com isso, provou ser forte. Mostrou-se respeitado. E admirado.

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Esse pequeno grupo, tomado por essa espécie de psicose, não conseguiu ainda aceitar a realidade irreversível dos fatos. Se não conforma, não com a derrota de Biava, mas sim com a eleição de Pedro Sola.

Como a maioria dos comunistas brasileiros, que são comunistas, não como admiradores ou adeptos das doutrinas de Marx ou Lenine, mas simplesmente para terem o prazer de ser “contra” os americanos. Assim são os integrantes desse grupo: são contra Pedro Sola, somente porque Biava perdeu as eleições.

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Pessoalmente, tenho sobejas provas do que estou afirmando. Homem de imprensa, sou um termômetro da opinião pública.

Tenho sentido isso.

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Gente há, que só pelo fato de Biava não ter sido vencedor, é contra o prefeito eleito. Mas contra, mesmo. Dotada dessa psicose, desse inconformismo doentio, torce desesperadamente para que surjam fracassos e insucessos na administração municipal.

Não estão torcendo contra a pessoa física do prefeito.

Estão torcendo contra Marília.

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Conheço muitos dos integrantes desse grupo dominado por essa psicose. Sei de muitos deles, inconformados, torcedores contra Pedro Sola, porque o atual alcalde não lhes deu chance de conseguir “mamatas” que esperavam de Biava, se este fôra eleito.

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Pósso, se quizer, até citar nomes.

Inclusive de funcionários municipais que tinham aspirações, pretensões, ou quiçá promessas, de dependuramento nas grossas tetas do erário público.

Com a eleição de Pedro Sola, esses anseios e esses sonhos, transformaram-se em pesadelos.

E tornou-se psicose. Psicose diferente.

Que domina um grupo. Grupo que torcendo desesperadamente pelo fracasso do atual prefeito, está torcendo contra Marília. Contra o povo mariliense. Contra suas próprias famílias.

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É chegada a hora de abandonar a psicose.

De compreender a realidade dos fatos.

Biava não foi eleito, passaram as eleições, reconduzindo-se o mesmo às suas atividades particulares e profissionais.

Se ano justifica, portanto, que esse grupo, continue, só pelo fato de que Biava não se elegeu, a hostilizar, ojerizar e podendo, até torpedear a atual administração.

É hora de trabalhar por Marília, em termos de Marília.

Não de ser contra Marília, fazendo do prefeito um bode expiatório.

Extraído do Correio de Marília de 25 de novembro de 1973

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