Daqui e de lá (31 de outubro de 1973)
Existem por ai. Vadios,
cheirando a suor e exalando o hálito azedo de cachaça, assediando todo mundo,
pedindo esmolas.
Não são mendigos, embora
assim tenham sido “carinhosamente” chamados.
Costumam utilizar, com muita
frequência, na base de “apelação”, a seguinte frase:
- É melhor pedir do que
roubar.
Analizando-se a profundidade
da afirmativa, é convir-se, à grosso modo interpretado, que de fato, é melhor
pedir do que roubar.
Todavia, os meios nunca
justificam os fins.
--:--
Eles estão pedindo.
Ludibriando a fé pública.
Enganando as gentes, aborrecendo a família e a sociedade.
Escudados pelos mendigos
realmente necessitados e que não tem condições de trabalhar, esses outros, os
vadios e pinguços que muitos já chamaram, inclusive na Câmara, de “mendigos”,
tem até defensores. Mais do que isso, originaram até uma crise política na
cidade, que envolveu Prefeitura e Polícia.
--:--
Existe outro tipo de
pedintes.
Estes, nunca a Câmara irá
defende-los ou chama-los de mendigos.
Muitos são ricos.
Mas também são pedintes.
Pedintes, sob outro aspecto e
de outro ângulo de “modus operandi”. Pedintes que trazem nocividade e que
contrariam os interesses locais, os interesses de nosso município e de nossa
gente.
São os candidatos a cargos
eletivos, que habitam fóra, que vivem fóra, que são de fóra, mas que não dão de
todo fóra, porque daqui acabarão levando, como sempre ocorreu, preciosos votos
de parte do eleitorado mariliense.
--:--
Nos jornais interioranos,
chegam, diariamente, papelórios externos, objetivando publicidade gratuita e
engodamento do povo da interlândia.
Nos contestos, trazem um ról
de “providencias” em beneficio do interior e especificamente das grandes
cidades, porque nas grandes cidades existe um grande eleitorado. E num grande
eleitorado, existe a maior possibilidade de levar mais tolos no pacote.
--:--
Gente que nunca se ouviu
falar, que por certo nem sabe no mapa do Estado onde está situada Marília,
está, nesta época pré-eleitoral, “trabalhando” por nossa cidade.
Bah!
Estão é “trabalhando” para
conseguir votos dos marilienses incautos e que não tem lá muita preocupação
pelas nossas coisas e causas.
--:--
E apresentam requerimentos em
quantidade, muitos infundados, falsos, furados, pedindo providencias de
estradas, escolas, o diabo, enfim, para Marília.
E o serviço de relações
públicas, da Assembleia e da Câmara alta, se incumbe de remeter a batelada
desses papeis para os jornais do interior.
Se o jornal for na “saliva”,
acaba publicando tudo e fazendo o “cartaz” para quem não merece, para quem não
fez nada, nunca, por Marília. E daí, surgirá a viabilidade de algum ou alguns
leitores, acreditarem no engodo e votar nesses pseudos salvadores do interior.
--:--
Marília está “roubada” e
“perdida”, com essas duas classes de pedintes!
Comentários