Nem todos são mendigos (13 de setembro de 1973)
No imenso exército dos
pedintes que perambulam pelas ruas da cidade, poucos são os que, como mendigos
de fato, incapacitados para o trabalho, estendem a mão à caridade pública.
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A maioria (absoluta), é
constituída de desocupados, vadios, pinguços, ladrões e maus elementos.
Todo mundo sabe disso.
Toda a cidade e todos os
marilienses estão sentindo nas carnes, o problema angustiante, que foi até
explorado com efeitos negativos para Marília.
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Embora alguns vereadores tenham
tomado partido da situação, na tentativa de uma inglória defesa dessa casta,
que os edis, teimosamente classificaram de “mendigos”, o povo mariliense, em
maioria (absoluta), sabe discernir, sem a mínima dificuldade, a verdade e os
fatos.
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A família mariliense está
intranquilizada.
A polícia, quiçá para provar
o contrário aos “defensores” dos falsos mendigos, cruzou os braços. Está a
polícia, dando ensejo à família mariliense, para que analise bem a situação, em
toda a sua profundeza e alcance. Para que se aperceba, sentindo o problema
angustiante nas próprias carnes, de qual lado está a verdade. Se da autoridade
que, cumprindo sua missão, apanhou pelo gasganete os intranquilizadores da
família e da sociedade, ou se os homens públicos que se insurgiram contra a
medida, fazendo aumentar o mal.
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Não se pode responsabilizar a
polícia, nem o prefeito, nem a imprensa, nem mesmo o técnico do MAC, pelo atual
e insustentável estado de coisas.
A culpa cabe, exclusivamente,
aos vereadores que transformaram o problema, aumentando-lhe a gravidade e
fazendo crescer o desassossego e os riscos permanentes para a família
mariliense.
É que ensejaram um alardeio
falso da verdade, fora de nossas fronteiras, com efeitos negativos contra a
cidade toda e diretamente contra suas próprias autoridades diretivas.
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Caminhões procedentes de
cidades outras, continuam despejando pedintes em Marília.
Vagões da Fepasa, descarregam
em Marília, matilhas desses vagabundos recolhidos em São Paulo.
Mas os vereadores não se
insurgem contra isso.
Parece até, que as “medidas”
estão calhando contra seus próprios objetivos.
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A ordem pública está afetada,
porque o mariliense, o cidadão comum, célula de uma coletividade, deixou de ter
suas garantias.
A cidade está entregue aos
abusos nesse particular.
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Mas o povo, ordeiro e
trabalhador, deve ter garantida a sua tranquilidade física, que a própria
Constituição lhe confere.
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Mais de três quartos dos
casos desses pedintes, não representa nada mais do que malandragem.
Malandragem e vagabundice é
caso de polícia.
O Código prevê o crime de
vadiagem.
A Lei garante a
inviolabilidade do lar.
O homem tem o direito de
reclamar contra quem o importuna.
A autoridade policial compete
garantir a segurança e a integridade física do cidadão.
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Mas algumas pessoas não
desejam isso.
Há nuvens negras anunciando
uma borrasca.
Em que situação ficarão
depois, esses “defensores” dos vadios, pinguços e atrevidos?
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