Dois mais dois são quatro (29 de setembro de 1973)


Um candidato a deputado estadual, para ser eleito, deverá atingir e até ultrapassar, a cifra de 25 mil votos.

Conseguir êsse coeficiente de sufrágios, vamos convir, não é nenhum bolinho.

É possível, que muita gente, que tem na cabeça idéia de ser candidato, não tenha analisado ou pensado nisso.

Não é sopa, arrancar 25 mil votos de um eleitorado. Mesmo que o pretenso candidato conte com votos de outros municípios.

Quanto muito, um lá, outro acolá. A força maior deve provir da própria sede onde o candidato é candidato.

É bom pensar nisso.

Se, para uma pessoa, vai ser assaz difícil conseguir êsse total de votos na própria cidade, o que dizer-se dessa mesma cidade, com vários candidatos e com a presença dos bicões de fora, caçando, catando e até comprando votos?

A gente aprende no Grupo Escolar, que dois mais dois, são quatro.

Na escola da política atual dos pretensos candidatos, muita gente está demonstrando a mais completa ignorância dessa matemática primária.

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Se Marília concorrer ao próximo pleito, conforme se cogita, com vários candidatos, que serão somados aos alienígenas que daqui levam votos, quem poderá garantir, que um deles, apenas um seja eleito?

Eu não garanto.

Nem os próprios partidos políticos.

Nem mesmos os candidatos.

E muito menos o técnico do Corinthians.

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A técnica se aperfeiçoa, através da experiência. O aprimoramento decorre da corrigenda de erros ou defeitos de atuações pretéritas.

Marilia errou muito no passado, nesse particular.

Não é chegara a hora de corrigir esses erros?

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Parece que Marília vai persistir nos erros, que não pretende buscar o aprimoramento, conseguir o aperfeiçoamento de uma sistemática muito clara e objetiva.

Parece, sim.

Pelo jeito vai acontecer.

E o resultado vai ser o mesmo já conhecidíssimo, banal, batido, tradicional: a repetição dos fatos. A orfandade política de Marília, na Assembléia Legislativa do Estado.

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Se existisse, com segurança comprovada, uma coisa que pudesse ser denominada de “masoquismo político”, por certo Marília tiraria nota 100.

Entenderam?

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As forças políticas de Marília e o próprio povo mariliense, devem lutar para a eleição de um deputado mariliense.

Vamos ser, nesse terreno, egoístas e egocentristas. Por necessidade inadiável, lógica, plausível, sobretudo digna. Digna de nossa cidade, de nossa gente.

Vamos indicar um candidato único e cerrar fileiras, todos juntos, em torno desse nome. Mesmo que para alguns eleitores ele não venha a representar o sumo. Vamos exigir que seja de nossa terra, que conheça nossa gente, que saiba advogar os nossos problemas, que tenha amor por Marília.

E ao qual possamos exigir, sem pedir – e sem mendigar.

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Mesmo assim, na peneira eleitoral mariliense, haverá muitos buracos, por onde escaparão preciosos votos, para gente de fora. Gente que nunca lembrou de Marília. Que nunca fêz nada por Marília.

Evitemos isso.

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É chegado o momento, de mostrarmos nosso amor à terra.

Nós, todos: dirigentes políticos, políticos propriamente ditos e o povo eleitor.

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Sem isto, estaremos empurrando a vaca p’ro brejo.

Depois, de nada adiantará o “mea culpa”.

Extraído do Correio de Marília de 29 de setembro de 1973

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