Colcha de notícias (18 de setembro de 1973)


É frequente a gente ler, que o cigarro facilita ou enseja o aparecimento do câncer pulmonar.

Agora, vem a revista médica britânica, asseverar que a fumaça que se desprende dos cigarros dos fumantes, eleva ao dobro o risco do câncer nos pulmões, das pessoas que não fumam!

Garantem os cientistas, que a fumaça que solta o cigarro, contém o dobro da nicotina e do alcatrão, das quantidades que são inaladas pelos fumantes.

Essa eu não entendi.

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Um relatório da Organização Mundial da Saúde, está demonstrando, que depois dos acidentes de trânsito, das doenças cardíacas e do câncer, o suicídio está sendo a causa mais frequente da morte das pessoas na Europa, especialmente nas idades compreendidas dos 15 aos 44 anos de idade.

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Deixemos de lado esses assuntos desagradáveis, porém.

Para lembrar o caso daquela madame, que recebeu a visita de uma amiga da infância, a qual não via há longos anos.

Conversa vai e vem, a visitada indagou da outra como vivia, se havia casado, se tinha filhos, etc. e tal.

E a visitante contou tudo, euforicamente, como vivia, que estava casada com um industrial. E com respeito aos filhos, disse:

- Graças a Deus, tenho só um filho.

A outra quis saber o porquê do “graças a Deus” em ter um filho único.

E a recém-chegada, justificando satisfatoriamente:

- Porque ouvi dizer que de cada 10 crianças que nascem no mundo, uma é chinesa... o meu, graças a Deus não é.

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Publicou recentemente um jornal paulistano, que, de acordo com as estatísticas da Fundação Getúlio Vargas, o custo de vida no Brasil, subiu apenas 1.2% no último mês de agosto.

Não existe a menor dúvida!

Os técnicos da citada Fundação nunca compraram feijão, arroz, carne, verduras, frutas e nem coisa nenhuma, porque está provado, que eles nada sabem a respeito de quanto aumenta o custo de tudo, especialmente nestes últimos tempos.

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Mercado da carne está fora de órbita e fora dos eixos. O competente Ministro da Fazenda, esbanja otimismo financeiro, mas nós aqui, os assalariados pensamos diferente, porque estamos sabendo muito bem onde é que o calo está apertando.

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Tudo o que sobe de preço, tem praticamente um único bode expiatório: a gasolina e derivados de petróleo.

Subiu a gasolina, sobe as passagens, mesmo dos trens elétricos.

Sobe a gasolina, eleva-se o preço das mercadorias, mesmo aquelas que estão há tempos estocadas.

Gasolina sobe de preço, sobem também os custos dos serviços profissionais, o vestuário, as bebidas, os gêneros, as drogas, tudo.

Tudo, não. O índice de vergonha de muitos brasileiros, este não sobe.

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Justifica-se, a respeito do aumento de preços gerais, a decorrência do aumento do custo da gasolina, com a piada do caboclo que foi tomar a sua “birita” no botequim da ponta da rua.

Quando foi pagar a “cana”, o dinheiro não deu. O comerciante informou que a pinga havia subido de preço. E explicou: subiu de preço, por causa do aumento do custo da gasolina.

E o caboclo então:

- Eu não tenha nada com isso... eu não bebo gasolina...

Extraído do Correio de Marília de 18 de setembro de 1973

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