Marília precisa de um cortume (10 de agosto de 1973)
A verdade é que a nossa
cidade, em termos de parque industrial, pode ser considerada como
excelentemente bem servida. Isso, se atentarmos para a cifra de empresas
manufatureiras existentes entre nós, entre pequenas, médias e grandes
indústrias.
O advento daquilo que
poderemos chamar da “era da seda” com um prenuncio da próxima instalação da
maior fiação da América Latina, vem constituir-se num reforço extraordinário
desse celeiro de indústrias marilienses.
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Não significa a realização
total da cidade, neste aspecto, comparativo ou apreciativo. Em contrário, a
urbe oferece ensejos e meios, de um chamamento efetivo, para a instalação de
novos centros industriais em Marília.
O ritmo ascesorial que se
verifica em Marília, em prismas multiformes, traduz a certeza de uma garantia
sólida sob todos os pontos de vista, não só das atuais, como das porvindouras
indústrias marilienses.
Os pontos básicos e chaves,
indispensáveis ao sediamento de um núcleo industrial, Marília possui: excelente
ligação ferro-rodoviária, suprimento normal de energia elétrica, abundância de
água e agora as facilidades comunicativas via telefônica, com o sistema DDD.
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Marília, todavia, ressente-se
da necessidade de um tipo de indústria, que por sinal não existe em toda a
região da Alta Paulista. Faz falta entre nós a instalação de um cortume moderno
e de amplitude operacional. Ramo, economicamente falado, é suficientemente
compensador.
A matéria prima, para
alimentar o funcionamento de um cortume, existe de maneira sobeja, não só na cidade,
como também em centros próximos à Marília. Cite-se, por exemplo, o volume de
couros verdes do próprio Matadouro Municipal. Uma firma local, adquire-os,
procedendo tão somente o salgamento prioritário, transportando o produto bruto
em maior escala, para a praça do Rio de Janeiro.
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A vizinha cidade de Garça,
possui um dos mais bem montados e ativos frigoríficos da interlândia e por
certo, a própria “Barol” ficaria mais interessada em colocar a referida matéria
prima aqui em Marília, do que enviá-la para longas distancias.
Sem contar-se, com o
frigorifico tupãense, a “Sogain”, que, certamente preferiria comerciar com
Marília, se nossa cidade dispusesse de um grande e moderno cortume.
Nesse ról de hipóteses,
incluiríamos compulsoriamente, os demais centros da região e de regiões
adjacentes.
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Ai está uma excelente
oportunidade, para que um grupo de capitalistas marilienses, se disponha a
organizar uma sociedade anônima, montando um cortume em Marília.
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Há a ponderar, o sentido
iminentemente comercial, o suprimento de uma lacuna existente no parque
manufatureiro mariliense e a representação positiva do patrimônio propriamente
dito. Por outro lado, o amealhamento de arrecadação, a demanda de emprego para
centenas de famílias, a elevação do coeficiente industrial mariliense e o
aumento da arrecadação geral.
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Marília precisa, em seu
parque industrial, urgentemente, da instalação de um cortume.
Bom seria que forças locais
se unissem, formando esse sugerido grupo industrial, ao envés de aguardar que
industriais de visão, de outras plagas, tome essa iniciativa e essa dianteira.
E claro, que no caso
aventado, serão excelentemente recebidos, elementos de fora que assim pretendam
agir. Todavia, no terreno sadio do bairrismo, seria preferível, que um cortume
mariliense, tivesse instalação, direção e capital de gente nossa.
Temos gente capaz e
suficientemente competente para tal.
Vale a pena tentar?
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