Futebol é assunto (17 de agosto de 1973)
A delegacia de polícia de
Lima, capital do Peru, recebeu de uma senhora, estranha denúncia. A queixosa,
Maria de tal, alegou que seu marido a espanca barbaramente, todas as vezes o
escrete peruano de futebol sobre uma derrota. A última surra que dona Maria
levou foi quando o Peru perdeu para o Chile.
Essa mulher ainda não póde
queixar-se muito. Imaginem se o marido dela fosse um torcedor corinthiano...
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Mas o Corinthians não está
sozinho dentro desse ritmo de insucessos. O São Paulo vai mal das pernas,
perdendo para gregos e baianos. E continuará assim, enquanto durar uma
politicalha “into”, que tem o dedinho de um tal de Pedro Rocha.
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Se os últimos serão os
primeiros, no futebol paulista, presentemente, os pequenos estão sendo os
grandes. Juventus, um exemplo, Guarani idem, Portuguesa idem.
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Toninho, Sérgio, Pedro Rocha,
um triunvirato que está obrando muito mal, dentro do plantél de adoração do
próprio Governador.
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Ademir da Guia joga bem no
Palmeiras e joga mal no selecionado brasileiro. Será falta de patriotismo?
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Rivelino joga bem na seleção
e joga mal no Corinthians. Será que ele não é conrinthiano?
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Uma coisa que muita gente não
entende:
A turma do Sindicato dos
Saqueiros duro dia todo, carregando sacos e mercadorias na cabeça, nem toda
gente se alimenta bem, bebe cachaça e tem um extraordinário preparo físico.
Muitos jogadores de futebol,
com regras, regimes, dietética, cuidados médicos, etc. e tal, não aguentam o
“tranco” de noventa minutos dentro do gramado.
Bah.
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No passado, o São Bento tinha
um técnico chamado Baleia.
Vésperas de um jogo duro, o
técnico chamou os jogadores, na presença do então presidente Ardito e anunciou:
- Tenho uma fórmula positiva
para o São Bento ganhar o jogo.
O suspense parou no ar e todo
mundo ficou olhando para o Baleia. E o preparador anunciou a “fórmula”:
- Quando começar o jogo, vai
todo mundo para a frente, marca um gol e depois recua todo mundo... assim ganharemos
por 1 x 0.
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A tática moderna de futebol
atual, deslustrou a beleza do futebol de raça do passado. No antanho, com a
formação diferente as pelejas tinham mais objetividade e mais sensação.
Quem não lembra da
sistemática de “apôio pela direita”, com o time de dois zagueiros, três médios
e cinco atacantes?
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Naquele tempo, o ataque era a
melhor defesa. Hoje inverteram-se os fatos e a defesa é o melhor ataque.
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Tudo isso vem a propósito:
Domingo o MAC/73 vai
enfrentar o Bangú A.C. da Guanabara.
Uma boa pedida para o
mariliense comparecer ao estádio.
Uma boa oportunidade para que
os “bocas negra” se moderem porque senhoras e senhoritas irão assistir o
referido encontro, prestigiando o futebol mariliense.
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Tem mais:
Vai acontecer um espetáculo a
parte, com a Banda Marcial do Cristo Rei apresentando-se publicamente em sua
nova fase e com novos uniformes.
Extraído do Correio de
Marília de 17 de agosto de 1973
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