Dia do Papai (11 de agosto de 1973)
Bem, a verdade é que todo dia
é dia do papai, mas convencionou-se discriminar um do ano, para render-se uma
homenagem ao “velho”.
Esse dia, que é móvel, recai
sempre no segundo domingo do mês de agosto. Portanto, amanhã. E como esta
secção fica “fóra do ar” aos domingos, fica consignada aqui, a homenagem aos
pais todos. Ao pai rico, ao pai pobre, ao pai gordo, ao pai magro, ao pai
baixo, ao pai alto, ao pai cabeludo, ao pai careca, ao pai preto, ao pai
branco, ao pai analfabeto, ao pai letrado, ao pai são e ao pai doente.
E também, à memória do pai
que já partiu, desta para a melhor (ou pior).
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Um homem simpático, apesar de
feio de rosto, conheci na Itália. Um militar inteligente e digno do uniforme
que vestia.
Um homem que tinha a
simplicidade de uma criança e a versatilidade de um gênio, com a cabeça no
lugar adequado. Que sabia solidarizar-se com os pequenos e humildes. Esses
pequenos e humildes eram soldados. Dentre todos os soldados, de Exércitos de
várias nações, incluíam-se os “pracinhas” brasileiros que combatiam na II
Grande Guerra Mundial.
Esse homem era o General
Douglas Mac Arthur.
Ele escreveu a “Prece de um
soldado por seu filho”, em pleno campo de batalha.
Uma profissão de fé, que
radiografa o mais puro sentimento de um pai, com relação aos filhos.
Minha homenagem aos pais,
pela sua data que amanhã transcorrerá, é a transcrição dessa prece. Ela retrata
a verdadeira alma e o verdadeiro sentimento de um pai.
Ei-la:
“Faze, Senhor, de meu filho
um homem tão forte, que saiba quanto é fraco. E bastante bravo, para
enfrentar-se à si mesmo, quando tiver medo.
Um homem altivo e inflexível,
quando derrotado numa luta honesta e humilde e manso, quando vitorioso.
Faze de meu filho, Senhor, um
homem cujos desejos não tomem o lugar dos átos. Um filho que Te conheça – e
saiba conhecer-se à si mesmo e à pedra fundamental de toda a sabedoria.
Conduze-o, rogo-Te, não por
caminhos fáceis e cômodos, mas sob a pressão e o incentivo das dificuldades e
das lutas.
Ensina-o a manter-se firme
durante as tempestades. Ensina-o a ter compaixão dos que falham.
Faze de meu filho, Senhor, um
homem de coração limpo e ideais elevados. Um filho que queira dominar à si
mesmo, antes de querer dominar os outros homens. Que anteveja o futuro, porém
sem jamais esquecer o passado.
E depois que ele for o senhor
de tudo isto, da-lhe, rogo-Te, Senhor, bastante senso de humor, para que possa
sempre ser sério, sem contudo encarar a si mesmo com excessiva seriedade.
Da-lhe a humildade, a
simplicidade da verdadeira grandeza, o espírito compreensivo da verdadeira
sabedoria e a verdade da verdadeira força.
Então, eu, seu pai, ousarei
murmurar:
- Não vivi em vão!”
Extraído do Correio de Marília
de 11 de agosto de 1973
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