Equipe de trabalho e amor (3 de julho de 1973)


Não tenho certeza se em Sorocaba foi o nascedouro. Todavia, mui bem recordo, que naquela cidade tive conhecimento, pela vez primeira, de inserções e exortações, em pról das crianças excepcionais e lá, no pretérido, contactei  com as lutas iniciais, de colimação da constituição de APAE.

Faz tempo, isto.

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Dia outro, o popularíssimo Toninho Neto e espôsa foram tomar um cafezinho em minha casa.

No trivial da amistosa palestra, Toninho indagara-me se eu já tinha visitado a APAE mariliense. Respondi negativamente, apesar de convites me formulados, inclusive por duas crianças excepcionais.

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Expliquei ao Toninho, que apesar de minha cara aparentemente feia e rude, sou detentor de uma sensibilidade incomum. E que, uma visita a um local assim, exerce sobre meu intimo, uma espécie de mau estar, provocado pelo sentimento de solidariedade e de piedade.

Parece que Toninho conseguiu entender a justificativa.

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Domingo fui ao Clube dos Bancários, juntamente com meus familiares. Com o desejo único de emprestar minha insignificante colaboração em presença e espécie.

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Ali realizava-se uma grande festividade junina mista de quermesse. Muita gente, muita alegria. Muita movimentação num ambiente gostoso.

Intimamente, meu comparecimento à festa, desentrosava-se da alegria geral reinante, para alçar asas e deter-se nas precípuas finalidades de sua origem e organização.

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E chamou-me a atenção, a equipe de trabalho e amor, que executava as funções de servir o público.

Homens e mulheres, de nossa sociedade, com suas funções normais e cotidianas definidas, empenhando-se e dando no acontecimento, um desprendimento extraordinário de labor. Trabalhando com viva alegria, procurando servir, tentando vender, com o objetivo de lograr o mais total êxito da empreitada.

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Justificava-se, perfeitamente, o labor dessa plêiade. Donas de casa, professoras, profissionais, homens representantes de entidades religiosas e assistenciais e de clubes de serviços, trabalhando quais ativas e diligentes formiguinhas, em pról de duas causas justas e nobres: o Carmelo Sagrada Família e a APAE.

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A existência do Carmelo na cidade, representa um marco inalterável de fé espiritual, a prova indestrutível da fé cristã, nas pessoas das humildes Carmelitas, que, renunciando as efemeridades do mundo exterior, se sacrificam e oram em intenções da felicidade de todos nós.

A APAE, traduz no espirito piedoso dos marilienses, o sentimento verdadeiro da solidariedade humana e o desvelo no carinho e no tratamento físico e espiritual, àqueles que, por desígnios do próprio destino, tiveram a desventura de nascerem excepcionais.

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A obra referida, meritória foi.

Que se repita no ano próximo.

Mas aqui deixo consignado, um louvor despretensioso e sobretudo justo, aos homens e mulheres que trabalharam nessa quermesse, em intenções e benefícios dessas duas majestosas e caridosas instituições: Carmelo Sagrada Família e APAE.

Essas pessoas conseguiram formar uma equipe maravilhosa.

Uma equipe de trabalho e amor!

Extraído do Correio de Marília de 3 de julho de 1973

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