A mudança do “footing” (15 de dezembro de 1959)

Naturalmente, assim como o rio que aos poucos vai se desviando do leito original, o “footing” da cidade está se desviando ou repartindo.

De uns tempos para cá, o aglomerado de jovens que sempre realiza o “footing” na Avenida do Fundador, aos domingos à noite, está se repartindo e convergindo em maioria para a Praça Saturnino de Brito. O referido logradouro público, habitualmente já vinha comportando regular afluência de gentes, todas as noites domingueiras, face à presença da Corporação Musical Mariliense e a execução de suas retretas. Pais de família ali comparecem nessas ocasiões, levando seus filhos “para ver a banda”.

Êsse movimento, essa afluência pública, agora sofreram aumento considerável. Temos a impressão que o chamarisco principal para justificar a elevação do índice da afluência pública naquele local foi a inauguração da fonte luminosa do novo Paço Municipal. O certo é que a aglomeração pública, especialmente nas ocasiões referidas, é acentuadíssima. E com isso, criou-se um problema em Marília, que deve ser solucionado. Surgiu o problema de trânsito naquele ponto. Urge, portanto, providências de isolamento do local, em determinadas horas das noites dos domingos, evitando-se o trânsito motorizado naquela parte, onde famílias inúmeras e centenas de crianças apreciam a Banca Municipal e correm de um lado para outro lado, apreciando também a fonte luminosa.

Isso se faz mistér, pois não é plausível que os veículos continuem a rodar em volta da pequenina praça apinhada de gente e especialmente crianças, com dificuldades para os dirigentes das conduções e com perigo para o público. Já que essas concentrações nasceram espontaneamente, mistér é que sejam prestigiadas, com as providências referidas, oferecendo aos habituês daquele local e aos frequentadores daquele “footing”, melhores facilidades, sem a preocupação das correrias e atropelos de crianças, para “limpar” as ruas a fim de que passem os automóveis e caminhões.

Pensando bem, a necessidade é imprescindível. Deve merecer estudos, maximé considerando-se que Marília, nesse particular, não dispõe, como outros centros, de lugares mais adequados para essas concentrações e passeios públicos.

Diversas foram as pessoas que nos solicitaram que abordássemos êsse pormenor, o que ora estamos fazendo. Deixamos, portanto, a palavra final no caso, para quem de direito.

Extraído do Correio de Marília de 15 de dezembro de 1959

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