Não, não somos candidatos! (14 de julho de 1959)

Não raro (e não sabemos porquais cargas d’agua), algum leitor faz questão de perguntar se somos candidatos à próxima vereança municipal. Houve alguém que até nos confundiu, asseverando-nos até a certeza de um “acôrdo” com um comitê eleitoral de determinado bairro da urbe, pelo qual, nosso nome teria a égide de representante lídimo de uma parte da cidade! Quem nos informou tal assunto, chegou até a teimar e nos citou a fonte de informação, inclusive envolvendo nomes de terceiros.

Não sabemos a quem atribuir o fato. Ignoramos a origem dêsse boato, que chegou a trazer a nossa presença, uma “delegação especial” de moradores do bairro, com uma lista de reivindicações para nos incluída em “nossa” plataforma de ação!

Interessante, como tal aconteceu. Para outros, temos a certeza, o fato encontraria uma representação das melhores; para nós, o acontecido nos causou espécie e ficamos até acabrunhados, ante as palavras que nos foram dirigidas e o desapontamento sofrido pela citada delegação.

Não somos candidatos a nenhum cargo eletivo e se o fossemos, nenhum pejo nos ocorreria em divulgar qualquer pretensão que alimentássemos. Verdade é que tivemos a honra de ser distinguidos com convites dêsse jaez, de vários partidos políticos da cidade; a todos agradecemos a lembrança de nosso nome, a todos agradecemos a distinção e a todos recusamos, de maneira gentil.

Isso não implicaria, sob nenhuma fórma, na “peça” que tentaram pregar (e pregaram) a um grupo de marilienses e por mais que procurássemos atinar com as origens do sucedido, não conseguimos. Acreditamos que talvez houvesse confusão de nomes, mas os que nos procuraram refutaram tal idéia, afirmando o contrário.

Repetimos, então, mais uma vez, a afirmativa de que não somos candidatos a vereador e nem a qualquer outro posto eletivo. Essa afirmativa estende-se aos integrantes da comissão que nos procurou há dias e também a alguns amigos que nos perguntaram repetidas vezes sôbre a veracidade do fato em aprêço. Somes somos candidatos a uma coisa: a prosseguir com nossa luta em prol daquilo que consideramos boas causas, que entendemos como assuntos de interesse geral, da cidade e dos marilienses. Nossa aspiração é continuar a viver bem e com o respeito e carinho que há quinze anos os marilienses nos dispensam, dando-nos alento para que próssigamos na luta que vamos mantendo através das colunas dêste jornal. Nada mais.

Com respeito aos futuros vereadores, só temos uma coisa a dizer: Marília precisa remodelar seu corpo legislativo em alguns sentidos e assim, o que pensamos a respeito, é que cada eleitor mariliense deverá saber escolher seus futuros representantes, votando em nomes e homens, ao envés de se preocupar com legendas, simpatias pessoas, interesses subalternos ou pedidos de amigos. Só isso. De nossa parte, isso faremos, porque entendemos ser esse a medida exata, que se casa perfeitamente bom com os pontos de vista que de há muito defendemos através desta coluna.

Achamos que a questão ficou bem clara, pois não?

Extraído do Correio de Marília de 14 de julho de 1959

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