Precisamos de um Hotel grande e moderno (11 de junho de 1959)

De há muito luta-se em Marília, para que a cidade seja dotada de um hotel grande e moderno em todos os sentidos, um estabelecimento que condignamente represente o progresso da “urbe” em circunstâncias especiais.

Não quer dizer isso que Marília esteja desservida de casas de pasto e pouso; apenas que o numero de estabelecimentos dêsse gênero não corresponda às necessidades do dinamismo de nossa cidade e nós, que labutamos na imprensa sabemos por ciência própria a existência dessa lacuna, pois um órgão de divulgação é, por sua natureza específica, um receptáculo onde convergem queixas ou encômios e um lugar onde repercutem falhas ou motivos de descontentamento comum.

Os próprios poderes municipais já perceberam isso, existindo mesmo lei pela Câmara, que consigna uma verba-auxiliar à quem se designar construir um prédio amplo e moderno, destinado a acomodar um hotel e ostentar diversas casas congêneres, cujos proprietários se interessam e se esforçam para bem desincumbirem-se desses serviços de atendimento social dos mais relevantes.

O fato é que, apesar desse pormenor que jamais passou despercebido para ninguém, a lacuna existe, a falha é patente. Comentam-nas de preferência os viajantes profissionais, conhecedores profundos do “meiter” e habituados a andejar por centenas por centenas de cidades interioranas.

Recentemente, tivemos mais uma prova disso que estamos assegurando, quando da realização da 1 Jornada Odontológica da Alta Paulista, ocasião em que os promotores do citado certame se viram em dificuldades para acomodar os congressistas que para cá convergiram. E, em oportunidade dessas é que a falta se faz sentir de maneira mais diréta e mais acentuada. Não foram poucos os comentários que a respeito se ouviram. E não há negar que todas as reclamações acêrca do assunto tiveram (como continuarão a ter) a sua indiscutível procedência.

Cogita a Associação Paulista de Medicina, pela sua Secção Regional local, em promover um grande congresso médico em nossa cidade. Por incrível que pareça, dentre os incontáveis problemas que demandarão uma providência de tão elevado alcance científico, despontou em primeira plana, conforme nos asseverou o presidente da entidade, Dr. Pedro Teruel Romero, a questão do alojamento para milhares de facultativos, uma vez que Marília não possui hotéis em número suficiente ou perfeitamente modernos.

Os “pracinhas”, igualmente, estão planejando congresso inter-regional de ex-combatentes em Marília, para novembro próximo e igualmente já se preocuparam com dito problema, pois, no caso, milhares de veteranos da última guerra aquí convergeriam na ocasião. Conforme a época, dificilmente um hotel poderá acomodar mais do que vinte elementos extraordinários, além de seus clientes normais. Fazendo-se o cálculo de quantos hotéis na cidade se encontrariam nessas condições, fácil é deduzir qual será o numero de pessoas a serem acomodadas nessas casas e também fácil será o perceber-se os problemas com o número excedente.

Urge, portanto, que se estudem novos processos ou novas fórmulas, no sentido de encontrar-se uma solução de providência para solver-se esse problema, de há muito reclamado pelo dinamismo de Marília.

Extraído do Correio de Marília de 11 de junho de 1959

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