Marília e os Ambulatórios do SESI (5 de maio de 1959)

Na secção domingueira dêste jornal, intitulada “Flashes da Semana”, está inserta uma piadinha que tem lá o seu fundo de realidade palpável. Dia a aludida brincadeira, que os institutos de previdência social foram criados, no Brasil, para amparar os trabalhadores, quando, na verdade, os trabalhadores é que amparam os institutos.

Sob certos aspectos de u’a análise neutra, em comparação aos feitos e realizações de fato e de direito de certos institutos, não há negar que procedem as queixas que constantemente se verificam, por aí, à miude, contra as providências de amparo social de alguns institutos aos seus contribuintes.

Vejamos, por exemplo, em nossa cidade, os descasos de certos dêsses organismos, para com seus assegurados (!). Quais são os institutos que possuem em Marília, ambulatórios médicos completos, capazes, eficientes e perfeitamente à altura do número de filiados em Marília e correspondente ao nível das arrecadações aqui verificadas?

Não que os funcionários e ou os médicos e mesmo hospitais que emprestam serviços aos contribuintes diversos sejam incompetentes ou apresentem má vontade expressa; absolutamente. É que nenhum funcionário poderá fazer milagres, não tendo meios suficientes para os atendimentos reclamados pelo número de marilienses que necessitam os serviços de tais organismos.

A conversa de hoje, entretanto, é a necessidade de Marília, necessidade gritante e que não póde ser desconhecida por mais tempo pelas autoridades do Serviço Social da Indústria, no sentido de ser aqui instalado um moderno e completo Ambulatório Médico do SESI.

Jaú, com um número de filiados ao IAPI, relativamente menor do que nossa cidade, acaba de ser aquinhoada com êsse importante melhoramento. Por que, nós, os marilienses, deveremos continuar relegados assim ao indiferentismo nesse particular, quando temos a necessidade palpável e indiscutível e é obrigação do SESI, sob os aspectos legais, proporcionar-nos êsse melhoramento?

A delegacia local do CIESP, agora dirigida por êsse moço competente que é José Lorenzetti, coadjuvado por uma plêiade de homens empreendedores, deverá, urgentemente, arregaçar as mangas e trabalhar no sentido de que Marília obtenha também um indispensável Ambulatório Médico do SESI.

Não sabemos ao certo, quanto arrecada em nossa cidade o IAPI, proveniente das contribuições obrigatórias dos empregados e empregadores. Temos a certeza, porém, que a quantia é verdadeiramente apreciável e que justifica de maneira cabal o preenchimento dessa lacuna. Para sermos mais francos, a medida é urgida de há muito e estranhamos até, que os altos dirigentes do Serviço Social da Indústria, até aqui, não tenham ainda voltado suas vistas para o progresso, o dinamismo e a importância de Marília, encarando com maior interesse tal particicular.

Com este lembrête, conclamamos a delegacia do CIESP, bem como entidades de classe, a pleitearem junto ao Serviço Social da Indústria, não como medida de favor, mas sim como necessidade inadiável, a criação e instalação em Marília, de um Ambulatório médico do SESI.

Milhares de industriários e suas famílias, serão gratas aos senhores dirigentes da mencionada autarquia.

Extraído do Correio de Marília de 5 de maio de 1959

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