Marília, Ave! (4 de abril de 1959)

A garotinha veio ao mundo, assim como todas. Ou sua chegada foi premeditada, ou foi antes uma surprêsa. Coisas que acontecem.

Futuro? Ah, sim, o futuro incerto. Planos, desejos, mas o porvir não está reservado aos homens.

Enfim, a menina nasceu. Seus pais fizeram planos no início. Planos que ficaram sujeitos a modificações constantes, ou porque os pais não podiam dedicar todo o tempo a vigiar a filha, ou porque a garotinha nascera já incrivelmente precoce.

As atenções gerais, principalmente a concentrar-se na garotinha. Dia a dia, em plena infância, denotava um desenvolvimento invulgar, incrível.

E continuou crescendo, prosseguiu desenvolvendo-se, expandindo-se, exigindo que o próprio progresso acompanhasse seu dinamismo. Passou a fazer inveja até às suas irmãs mais velhas. Pregou um susto nos próprios pais, tanto que se projetou no cenário da exuberância, do modernismo.

Com cinco anos, já era extraordinária. Aos dez foi citada como exemplo de progresso. Quando atingiu vinte anos, viu seu nome inserto num dos maiores jornais do mundo, o “Times”, de Londres. Convenceu-se de sua importância e não parou mais. Continua a desenvolver-se, continua a crescer.

Hoje é moça, havendo alguns que a chamam ainda de menina. E ela gosta que a chamem de menina. É menina, realmente. U’a menina assim, que tem trinta anos na certidão de nascimento e mais de cem em vida e realizações.

A garotinha de hoje, não é mais a garotinha de ontem. Tornou-se bela, imponente, amadurecida em pensamento e ações. Continua a ser invejada, continua a ser cativante. Continua a ser a garotinha extraordinária.

Hoje, entretanto, é bela. Tem um porte majestoso, uma figura altaneira. Todos a admiram e todos a respeitam, como se admira e respeita u’a moça bonita e impressionante.

Ela não tem culpa, mas todos ses apaixonam por ela, assim que a conhecem. Os primeiros contactos são deliciosos e os seguintes verdadeiramente apaixonantes. Ela sabe disso. E como toda mulher, vaidosa é. E tira proveito dessa cativante simpatia que inspira, desse amor que irradia, que prende e domina. Milhares de pessoas estão apaixonadas por essa garotinha e tudo fazem para não ficarem distanciados dela. Os que a deixaram, sofrem e não conseguem esquece-la. Essa garotinha tem um feitiço invencível, um élo que prende e não solta, que amarra os corações.

Até seu nome é excelso, inspira o amor, canta o verso sublime, está ligado à própria História do Brasil, lá nos confins de Ouro Preto, lá na terra da Inconfidência Mineira.

Existem, de fato, razões sobejas para que a garotinha inspire êsse amor, essa paixão desenfreada, esse simpatia indestrutível. É bela, rica, bondosa, amiga, acolhedora e fiél. É notável éssa garotinha, êsse brinco, essa menina que todos nós consideramos uma princesinha bonita, gentil, querida.

Ninguém póde esconder o amor que sente pela garotinha e todos fazem questão de confessa-la, dizendo-o com orgulho, nos quatro cantos do mundo.

Sua graça já fez com que poetas já cantassem em versos extraordinários, verdadeiras peças da poesia contemporânea. Sua vida é apregoada por todos, cada qual com mais carinho e com mais orgulho.

E ela merece de fato. Faz tudo por merece-lo, faz tudo por ser distinguido com mais. E todos os seus apaixonados eternos, continuam a ama-la com maior efusão, com maior calor e com mais sinceridade.

Porisso a garotinha vive feliz e fez vai tornando milhares de pessoas que tanto a querem,

Hoje a garotinha está aniversariando. Está completando trinta anos e alardeia o evento com justo orgulho, pois é, ainda e sempre, uma criança. Uma criança com experiência de adulto, com vida de gente grande,

Marília, a garotinha de nossa história, aniversaria hoje,

Marília, Ave!

Extraído do Correio de Marília de 4 de abril de 1959

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