Armazéns de Silos (11 de abril de 1959)

Deve fazer uns dois anos aproximadamente, se nos não enganamos, quando reclamamos a necessidade do Govêrno Estadual voltar suas vistas para Marília, aquí fazendo instalar um armazém de Silos. Na ocasião, até sugerimos o aproveitamento dos barracões do antigo D.N.C., ali na saída para Vera Cruz.

A Câmara e a Prefeitura Municipal também se interessaram pelo assunto e outras entidades de classe engrossaram também o ról de providências, providências, que, pensamos, foram traduzidas em pedidos de caráter puro e simples.

Por aí, poderá se ver, facilmente, que o assunto constitui, por si só, u’a necessidade e reclamada aspiração de Marília. A localização de um armazém de Silos em nossa cidade, mercê da situação privilegiada e verdadeiramente estratégica geograficamente falando, compensará e virá de encontro aos próprios interesses do Govêrno, no que tange aos meios de reservas de genêros e cereais, especialmente durante os chamados períodos de inter-safras.

Situando-se nossa cidade numa condições de “pivot” da Alta Paulista e ramificando-se e confundindo-se por rodovias e ferrovias com centros essencialmente agrícolas, ligando-se com zonas invejáveis de produção, como a Noroeste, Alta Sorocabana e mesmo o Norte do Paraná, bem obraria a Secretaria da Agricultura se estudasse esse ponto e em Marília fizesse instalar um desses armazéns de Silos.

Como se sabe, no plano inicial dessas construções, o nome de Marília deixara de ser, inexplicavelmente, alí incluindo. Tal fato, aliado ao ponderado acima, criou, como seria de esperar, uma certa espécie entre os marilienses, especialmente entre aqueles que se preocupam com problemas de abastecimento agrícola, fatores de importância capital dentro da própria vida econômica do Estado, eis que do armazenamento suficiente dos excessos de produção, garantir-se-á a quantidade suficiente para o consumo no “intermezzo” das safras, de maneira científica, barrando-se, automaticamente, os abusos constantemente verificados com os estocamentos particulares, principalmente quando estes objetivos, antes e acima de tudo, lucros ilegais e elevadíssimo.

O deputado mariliense, Dr. Fernando Mauro, chamado a interessar-se pela questão, como legítimo advogado de nossos interesses, pôs-se à campo, solicitando do Secretário da Agricultura, Sr. José Bonifácio Coutinho Nogueira, a inclusão de Marília no mencionado ról de estudos. Simultaneamente, solicitou aos marilienses, através de sues poderes públicos e entidades de classe, que formulassem idênticas reivindicações ao Govêrno do Estado e ao próprio Secretário da Agricultura.

Tais apêlos foram de imediato dirigidos e consta-nos agora que o nome de Marília, que inicialmente estava fóra da lista referida, encontra-se já incluindo no mencionado ról, para breve atendimento.

Oxalá que a inclusão de nossa cidade nessa relação, não venha a constituir-se em méra formalidade de atendimento preliminar por gentileza, porque o que nós precisamos e queremos, é a efetivação da medida, dentro de menor prazo possível. Razões plausíveis existem muitas e todas irrefutáveis.

Aguardemos.

Extraído do Correio de Marília de 11 de abril de 1959

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