Adeus, Dermânio! (21 de abril de 1959)
Recordamo-nos de um garoto vivo, inteligente e dedicado ao esporte, que se tornou conhecido e estimado entre os marilienses, mercê de seu gênio alegre, suas maneiras lhanas de tratar com todos.
O garoto cresceu; cresceu em tamanho, cresceu em moral, cresceu na estima de todos nós. Projetou-se vertiginosamente dentro da popularidade ilimitada. Representou as cores de Marília esportiva em todos os rincões do Brasil e teve a honra de representar nosso país em competições no exterior, participando de um prova internacional no Uruguai.
Amealhou verdadeira fortuna moral, em troféus, títulos e medalhas, enriquecendo o patrimônio esportivo do nome de Marília.
O valor desse moço, não se encontrava somente no sentimento e nas grandes qualidades de esportista e sim, sobretudo, no elevado padrão moral, que o identificou sempre, apesar de sua humildade, num homem digno de Marília e amigo de todos os marilienses.
Dermânio da Silva Lima, o campeoníssimo Dermânio, é a figura que nos referimos.
Não existiu em Marília, u’a única pessoa, que não conhecesse, não soubesse dos feitos, não apreciasse o quilate e a personalidade desse jovem ou não desfrutasse de sua grande amizade.
Criou-se entre nós, tendo sído um zeloso e exemplar funcionário de Cine Marília.
Sofreu Dermânio dois rudes golpes do destino. O primeiro quando foi arrebatado o próprio pai. Os fados testaram a capacidade emotiva e de honradez do saudoso Dermânio e êste soube enfrentar a situação, constituindo-se no esteio de sua grande e homogênea família, auxiliando a extremosa mãe a criar todos os irmãos. Sua pessoa, sua figura elevada e a maneira como se portou ao enfrentar a situação, tornaram-se ainda mais estimado dos seus e de todos nós.
Ainda há pouco, antes de sofrer o segundo impacto do destino inexorável, Dermânio continuava a bizar as suas inequivocas demonstrações de amor à Marília e nossa gente. Foi depois do último aniversário de nossa “urbe”. Lá em Botucatu, onde residia ultimamente, Dermânio empunhava jornais de Marília e de São Paulo, que noticiavam os acontecimentos referentes ao 30º aniversário de nossa cidade. E alardeava publicamente, entre seus amigos de lá (cujo número se equiparava ao daquí, porque as amizades em todos de Dermânio nascem espontaneamente, como as águas cristalinas que brotam das cordilheiras), a grandeza de Marília e os feitos de nossa gente. Dentro de seus possibilidades e sem outras pretensões que não as de justificar o quanto amava Marília, Dermânio era, em Botucatu onde residia ou em qualquer parte onde passasse, o mais lídimo e desinteressado representante e propagandista de Marília, seu progresso e seu grande povo.
Dermânio desapareceu. Deixou o reino dos vivos, de maneira inesperada, dolorosa para todos nós. Na flor da idade, pode-se dizer. Sem que tivesse, pelas circunstancias que o fato ocorreu, a oportunidade de ter junto a sí, o calor de seus amigos, esposa, filhos e parentes. Acontecimento trágico, de conhecimento de todos, veio privar Marília de continuar a ser aquinhoada com a estima e o amor sincero daquele filho adotivo desta cidade, que se tornou mais do que isso, que soube tornar-se um símbolo, uma auréola de simpatia, carinho e amor, um moço que conduzia em seu grande coração, Marília e sua gente.
Morreu Dermânio da Silva Lima.
Morreu um grande amigo, um grande filho, um grande chefe de família, e, acima de tudo, um enorme mariliense.
Está de luto o desporto amador de Marília.
Está de luto a grande família mariliense, com essa perda irreparável de um de seus mais autênticos filhos.
A grandeza da alma e de caráter de Dermânio da Silva Lima, em todos os pontos que marcaram a sua vida, foram sempre insuperáveis. Um ról de exemplos, de que a simplicidade de um homem, quando imbuída de um amor verdadeiro, se equipara e ultrapassa o conteúdo dos maiores corações.
Adeus, Dermânio da Silva Lima!
Adeus, grande mariliense!
Adeus, amigo!
Extraído do Correio de Marília de 21 de abril de 1959
O garoto cresceu; cresceu em tamanho, cresceu em moral, cresceu na estima de todos nós. Projetou-se vertiginosamente dentro da popularidade ilimitada. Representou as cores de Marília esportiva em todos os rincões do Brasil e teve a honra de representar nosso país em competições no exterior, participando de um prova internacional no Uruguai.
Amealhou verdadeira fortuna moral, em troféus, títulos e medalhas, enriquecendo o patrimônio esportivo do nome de Marília.
O valor desse moço, não se encontrava somente no sentimento e nas grandes qualidades de esportista e sim, sobretudo, no elevado padrão moral, que o identificou sempre, apesar de sua humildade, num homem digno de Marília e amigo de todos os marilienses.
Dermânio da Silva Lima, o campeoníssimo Dermânio, é a figura que nos referimos.
Não existiu em Marília, u’a única pessoa, que não conhecesse, não soubesse dos feitos, não apreciasse o quilate e a personalidade desse jovem ou não desfrutasse de sua grande amizade.
Criou-se entre nós, tendo sído um zeloso e exemplar funcionário de Cine Marília.
Sofreu Dermânio dois rudes golpes do destino. O primeiro quando foi arrebatado o próprio pai. Os fados testaram a capacidade emotiva e de honradez do saudoso Dermânio e êste soube enfrentar a situação, constituindo-se no esteio de sua grande e homogênea família, auxiliando a extremosa mãe a criar todos os irmãos. Sua pessoa, sua figura elevada e a maneira como se portou ao enfrentar a situação, tornaram-se ainda mais estimado dos seus e de todos nós.
Ainda há pouco, antes de sofrer o segundo impacto do destino inexorável, Dermânio continuava a bizar as suas inequivocas demonstrações de amor à Marília e nossa gente. Foi depois do último aniversário de nossa “urbe”. Lá em Botucatu, onde residia ultimamente, Dermânio empunhava jornais de Marília e de São Paulo, que noticiavam os acontecimentos referentes ao 30º aniversário de nossa cidade. E alardeava publicamente, entre seus amigos de lá (cujo número se equiparava ao daquí, porque as amizades em todos de Dermânio nascem espontaneamente, como as águas cristalinas que brotam das cordilheiras), a grandeza de Marília e os feitos de nossa gente. Dentro de seus possibilidades e sem outras pretensões que não as de justificar o quanto amava Marília, Dermânio era, em Botucatu onde residia ou em qualquer parte onde passasse, o mais lídimo e desinteressado representante e propagandista de Marília, seu progresso e seu grande povo.
Dermânio desapareceu. Deixou o reino dos vivos, de maneira inesperada, dolorosa para todos nós. Na flor da idade, pode-se dizer. Sem que tivesse, pelas circunstancias que o fato ocorreu, a oportunidade de ter junto a sí, o calor de seus amigos, esposa, filhos e parentes. Acontecimento trágico, de conhecimento de todos, veio privar Marília de continuar a ser aquinhoada com a estima e o amor sincero daquele filho adotivo desta cidade, que se tornou mais do que isso, que soube tornar-se um símbolo, uma auréola de simpatia, carinho e amor, um moço que conduzia em seu grande coração, Marília e sua gente.
Morreu Dermânio da Silva Lima.
Morreu um grande amigo, um grande filho, um grande chefe de família, e, acima de tudo, um enorme mariliense.
Está de luto o desporto amador de Marília.
Está de luto a grande família mariliense, com essa perda irreparável de um de seus mais autênticos filhos.
A grandeza da alma e de caráter de Dermânio da Silva Lima, em todos os pontos que marcaram a sua vida, foram sempre insuperáveis. Um ról de exemplos, de que a simplicidade de um homem, quando imbuída de um amor verdadeiro, se equipara e ultrapassa o conteúdo dos maiores corações.
Adeus, Dermânio da Silva Lima!
Adeus, grande mariliense!
Adeus, amigo!
Extraído do Correio de Marília de 21 de abril de 1959
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