Écos de uma vitória (14 de janeiro de 1959)

No dia de ontem arreou-se a bandeira de uma grande e insana luta, tendo sido içado o pavilhão de uma estupenda vitória – de toda uma família mariliense.

A inauguração oficial da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília, ontem ocorrida, foi um acontecimento que marcou época e que ficará para a posteridade, significando um riquíssimo louro nas páginas da própria história de nossa cidade e de nossa gente.

Se traduziu em realidade os anseios da população estudantil de Marília (e da própria região da Alta Paulista), foi também a consequência direta de mais de uma década de contendas reivindicatórias das mais justas, das quais participaram todos os marilienses, indistintamente, através de seus poderes constituídos, suas entidades de classe, suas escolas e grêmios e sua imprensa e rádio.

Êsse jornal sempre procurou constituir-se num porta-voz autêntico dessa luta e já desde o ido ano de 1945, estampávamos em nossas páginas, os primeiros trabalhos de alerta, acêrca dessa necessidade, que só agora tornou-se real e palpável, com o saneamento da lacuna.

A seguir, nos preocupamos em acompanhar toda a estrada palmilhada nessa batalha, não em nosso nome, não de maneira personificada, mas sim como elemento de divulgação dos fatos e ocorrências da cidade.

Por êsses motivos, comungamos também nós, com o justo júbilo que dominou a cidade no dia de ontem e que continua e continuará a constituir-se, para o porvir, numa das mais fortes razões que temos, de que, onde existirem direitos e trabalhos bem intencionados, o conjunto dessas ações hão de encontrar-se, no espírito bem formado de dirigentes honrosos e honrados, a ressonância colimada e os resultados almejados.

Solve-se, portanto, um problema acêrca do qual Marília gritava. Possuímos agora, oficialmente instalada, bem dirigida e com um corpo docente dos mais capazes e despreendidos, a nossa Faculdade de Filosofia.

Urge que nos todos, autoridades e povo marilienses, continuemos a prestigiar o referido e orgulhoso órgão, emprestando-lhe o mesmo entusiasmo e o mesmo calor que significaram a força do dínamo que movimentou todo o conjunto das providências que redundaram nessa extraordinária vitória de nossa gente.

Por outro lado, mistér se faz que a mocidade estudantil mariliense, bem como de outras cidades da região, sequiosa da continuidade no haurir as luzes da ciência, corresponda integralmente ao trabalho dos marilienses em geral, aos esforços dos poderes públicos da cidade e à boa vontade do honrado Governador Jânio Quadros, que soube compreender, melhor do que os Govêrnos anteriores, os clamores de Marília.

Extraído do Correio de Marília de 14 de janeiro de 1959

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