Ave, Araçatuba! (16 de dezembro de 1958)

Com inusitado orgulho, estão os araçatubenses comemorando o evento feliz, do transcurso do primeiro cinquentenário de sua belíssima cidade.

Só os que de perto conhecem a “Capital da Noroeste” e seu grande, bom e laborioso povo, melhormente poderão aquilatar as razões da natural e incontida euforia, que, tão justamente domina os habitantes da majestosa “urbe” noroestina.

Os que tiveram a felicidade de privar com aquela gente amiga, desfrutando o bem estar da família araçatubense, partilham também, embora à distância, da alegria dêsse acontecimento tão grato e tão auspicioso.

Nós, que, por excelência, somos apologistas daquilo que se convencionou chamar de “bairrismo” e que isto entendemos não como um pejorativo, mas sim como um sentimento natural de patriotismo e amor a um torrão, congratulamo-nos na oportunidade dessa efeméride, com o grande povo araçatubense.

Araçatuba, completando cinquenta anos de independência municipal, pode ostentar com orgulho uma folha de realizações que ultrapassa sua idade, assim como o cidadão vivido, que, embora apresente 30 anos em seu registro de nascimento, é capaz de defender realizações e experiências mais avantajadas e mais sólidas e eficazes do que o indivíduo de 60 pusilânimes primaveras.

Cem mil almas aproximadamente, representam a população da linda cidade. Ruas inteiramente asfaltadas, dentro de um traçado urbanístico original e “sui generis”, com “arranha-céus” imponentes que se lançam ao éter e sintetizam o progresso de um centro e uma gente, fervilhando o próprio dinamismo do Estado líder da Federação, identificam Araçatuba, como uma das mais ricas, exuberantes e prosperas cidades da “interlândia” paulista. Vida trepidante, onde o germe do modernismo não encontra anti-biótico que o combata, alentado e alimentado pelo calor progressista de sua própria gente, Araçatuba torna-se digna de admiração e respeito. Região invejável no campo pecuário, tem projeção definitiva dentro do setor agrícola em geral e distingue-se facilmente no parque manufatureiro do interior.

Sua projeção dentro do prisma social, literário e assistencial, é qualquer coisa de admirável, impondo um respeito natural, como decorrência de sua própria e irretorquível importância.

Gente boa, comunicativa, amiga, a gente de Araçatuba, onde o cidadão mal chegado torna-se também amigo daquêle povo bondoso e digno.

Na oportunidade dêste registro, permitimo-nos traduzir os sentimentos de todos os marilienses, para enviar daqui, através destas colunas, nosso abraço sincero a Araçatuba e seu grande povo, pelo ensejo dêsse magnífico evento.

Ave, Araçatuba!

Extraído do Correio de Marília de 16 de dezembro de 1958

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