Candidatos de Marília (13 de setembro de 1958)

Indiscutivelmente, terá Marília désta vez, uma de suas maiores oportunidades em ver-se representada na Assembléia Legislativa do Estado e na Câmara Federal, alegendo um ou mais de seus candidatos. Isso, em que pése a interferência dos candidatos de fóra, que aquí procuram fazer ninho, intitulando-se também donos do terreiro.

Sabido é que todos possuem direitos iguais e tais direitos jamais foram negados a quem-quer-que seja que por aquí aporta, arrotando qualidades imagináveis e que são passiveis, na maioria das vezes, de apresentarem dúvidas. O que maior espécie causa nesse particular, são os empenhos de alguns marilienses, em pról de candidatos de fóra, relegando injustamente os méritos e as pessoas da gente de casa. Prova irrefutável de trabalho por dinheiro ou em tróca de promessas de empregos, pois incompreensível e que gente que aquí vive e aquí está radicada, aquí possue suas ocupações e seus famílias, prefira empenhar-se em favor de candidatos forasteiros, preterindo, diretamente, os valores da casa.

Dizíamos, Marília tem agora uma chance de ser bem e condignamente representada nos parlamentos. Homens de fibra, de trabalho, legítimos marilienses, figuram no ról dos candidatos a postos eletivos e são merecedores da sufragação eleitoral. Esses candidatos locais devem ser prestigiados e consagrados nas urnas, porque o beneficio que disso advier, será mais da cidade e de nosso povo do que dos próprios candidatos se eleitos.

No passado, fala-nos a dolorosa experiência, muita coisa deixou de ser consignada para Marília e mesmo para a Alta Paulista, por carência absoluta de advogados capazes de defender causas dirétas de nossas reivindicações.

Ora, se todos os motivos nos credenciam a justificar deficiências e descasos oficiais para com as cidades de Marília e da Alta Paulista, por falta de deputados legítimos, manda o próprio bom senso que façamos desta vez a experiência necessária, no sentido de sanar esse mal, amputando esse câncro que traduz nossa até aquí orfandade política. Experimentemos eleger nossos homens, para depois verificarmos se obteremos ou não os resultados que pretendemos e necessitamos. Só depois de elegermos gente de nossa cidade e não tivermos obtido as consequências colimadas, é, então, que poderemos, no futuro, agir de outra fórma. Por óra, urge que nos unamos em torno dos nomes de Marília, elegendo aqueles que melhores qualidades apresente de conformidade com a consciência de cada eleitor de per sí.

Convém, pois, não dar-se ouvidos aos candidatos forasteiros, especialmente aos que jamais souberam mesmo que Marília existia e que agora aquí se apresentam como “amigos de Marília e do povo mariliense”.

Repetimos para ficar bem gravado na mente do eleitorado mariliense, os nomes dos legítimos e verdadeiros candidatos de Marília. Para deputados federais, Aniz Badra e Álvaro Simões; para deputados estaduais, Fernando Mauro, José Guimarães Toni e Shiguetoshi Nakagawa.

Ao povo de Marília, ao eleitorado mariliense, cabe a responsabilidade de encaminhar para os parlamentos esses homens, que são de nossa cidade, que são nossos amigos e que tem obrigações para defender nossos interesses.

O resto é conversa.

Extraído do Correio de Marília de 13 de setembro de 1958

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